No Pantanal do Mato Grosso do Sul, bombeiros que navegavam pelo Rio Paraguai avistaram um ninho de tuiuiú em uma árvore cercada por galhos secos, ameaçado pelo avanço das chamas. O capitão Samuel Pedrozo, chefe de operações dos bombeiros, coordenou uma equipe que utilizou motobombas e água do rio para proteger o ninho e a área ao redor, durante a tarde desta segunda-feira (24), a cerca de 7 km de Corumbá.
"Tinha bastante material combustível embaixo tendo risco de incendiar a árvore onde está o ninho. Mobilizamos uma equipe na embarcação que foi até o local com motobomba. Com água do próprio Rio Paraguai foi feito o combate, rescaldo e proteção dessa área", explicou o chefe de operações.
O Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap) também está ativo na região, realizando buscas por animais feridos ou em risco. Durante as varreduras recentes, registraram a presença de uma onça em uma área queimada, além de veados, jacarés e diversas aves, principalmente próximos a recursos hídricos, onde a vegetação ainda resiste às chamas.
Durante uma das varreduras, a presença de urubus indicava possíveis carcaças de animais, enquanto muitas pegadas foram encontradas, evidenciando a fuga dos animais. Segundo Franciele Oliveira, médica veterinária, a presença de áreas alagadas, vazantes e baías tem sido crucial para a sobrevivência da fauna diante dos incêndios.
As equipes, que incluem biólogos, veterinários e técnicos, utilizam drones, veículos terrestres, barcos e triciclos para alcançar áreas afetadas. O trabalho é documentado e compartilhado pelo projeto Mídia Ciência da Uems, visando sensibilizar e informar a população sobre as operações de resgate e preservação no Pantanal.