No último final de semana, o Ministério da Saúde autorizou ampliar o público-alvo da campanha de vacinação contra a dengue em estados e municípios com doses prestes a vencer. Porém, segundo a Secretária de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), as doses de vacinas contra a dengue disponíveis em Brasília só vencem em 2025. Por essa razão, a decisão do GDF foi de manter a vacinação restrita ao público-alvo, formado por crianças e adolescentes.
Sem doses contra a dengue próximas do vencimento, a vacinação no DF será mantida apenas para o público-alvo definido pelo Ministério da Saúde: crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. A informação foi enviada oficialmente pela Secretária de Saúde em entrevista. O órgão informou que o DF não se enquadra nas orientações divulgadas pelo Ministério da Saúde em relação ao vencimento das vacinas e doses.
Para a vacinação, crianças e adolescentes que forem diagnosticados com dengue devem esperar, no mínimo, seis meses para tomar a primeira dose. A vacina da dengue conta com duas doses, com intervalo de 90 dias entre elas. Em casos de dengue identificados após a primeira dose, deve-se manter a data prevista para a segunda dose, desde que haja um intervalo de 30 dias entre a infecção e a segunda dose.
Demorado
Para a professora Eliane Rodrigues, a manutenção da vacina restrita a crianças e adolescentes oferece um risco à população. Ela já foi vítima da dengue duas vezes e seu marido também, a segunda delas evoluindo para uma dengue hemorrágica, e ambos se encontram fora do grupo prioritário para vacinação.
“Entendo que há uma sugestão e um protocolo a seguir. Porém, os grupos de risco e maior número de casos se encontram em faixas etárias mais velhas. Se o aumento da vacinação for gradativo, não há nenhuma previsão de data para que possamos nos vacinar. A crise da dengue ainda é uma realidade no Distrito Federal e sinto a minha família em risco, não sabemos se sobrevivemos a uma terceira dengue”, afirma a professora.
Números
O Distrito Federal enfrentou uma grave crise epidêmica de dengue durante o primeiro semestre de 2024. Segundo último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde, 342 pessoas morreram pela doença entre 31 de dezembro do ano passado a 27 de abril de 2024. Contabilizados pelo órgão, foram 255.005 casos prováveis da doença neste ano.
