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Polícia investiga incêndio no Pantanal

A Polícia Civil de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, está investigando se um incêndio florestal no Pantanal teve início em uma fazenda onde o fogo se propagou durante o manejo de abelhas. Após a realização da perícia técnica, investigadores visitaram a propriedade nesta terça-feira (2) para colher depoimentos de testemunhas.

O delegado responsável pelo caso, Fillipe Araújo Izidio Pereira, explicou que o incêndio começou na semana passada, quando um produtor rural tentou retirar mel de uma colmeia, utilizando fogo, e perdeu o controle das chamas. O fogo se alastrou para outras três propriedades, sendo contido após vários dias de esforços de proprietários e trabalhadores, que utilizaram tratores, caminhões pipas e criaram aceiros.

De acordo com dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ (LASA), mais de 700 mil hectares já foram consumidos por incêndios no Pantanal em 2024, o pior primeiro semestre da história registrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área queimada é seis vezes maior que a cidade do Rio de Janeiro, mas a extensão afetada especificamente pelo incêndio investigado ainda não foi determinada, pois focos continuam ativos na região.

Provocar incêndios em matas e florestas configura infração e crime ambiental, sujeito a multa e pena de mais de cinco anos de reclusão. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) identificou 14 pontos iniciais de incêndios recentes no Pantanal, sendo a maioria em fazendas cadastradas no Cadastro Ambiental Rural (CAR). As investigações sobre as causas das queimadas estão em andamento, envolvendo a Força Nacional e a criação de um Gabinete de Contingenciamento de Crise pela Polícia Federal.