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Pantanal enfrenta pior seca em décadas

Um estudo divulgado nesta quarta-feira (3) pelo WWF-Brasil revela que o Pantanal está enfrentando o período mais seco dos últimos 40 anos. A análise, conduzida pela empresa ArcPlan com financiamento do WWF-Japão, utilizou dados do satélite Planet para monitorar a cobertura de água no bioma.

Os resultados são alarmantes: nos primeiros quatro meses de 2024, época em que historicamente ocorrem as cheias, a área alagada foi menor do que durante o período de seca do ano anterior.

De acordo com Helga Correa, especialista em conservação do WWF-Brasil e uma das autoras do estudo, a situação é crítica. "pulso de cheias não aconteceu em 2024. Mesmo nos meses em que é esperado esse transbordamento, tão importante para a manutenção do sistema pantaneiro, ele não ocorreu", observa.

Ela destaca que, em média, o nível do Rio Paraguai nos primeiros cinco meses deste ano esteve 68% abaixo da média histórica para o período, atingindo apenas 1 metro, enquanto historicamente deveria estar acima de 4 metros para ser considerado um período de cheia.

A pesquisa indica que, se a tendência se mantiver, o Pantanal poderá enfrentar uma seca ainda mais severa até outubro deste ano. Isso levanta preocupações quanto à necessidade urgente de medidas preventivas e adaptativas para mitigar os impactos da seca, além do risco aumentado de grandes incêndios.

Os pesquisadores alertam que a sequência de anos com cheias abaixo do esperado e secas extremas está tornando o Pantanal mais vulnerável. A redução da disponibilidade de água também é atribuída a construção de barragens, desmatamento e queimadas.