Por: Mayariane Castro

PPCUB volta ao Congresso e chega ao Planalto

PPCUB pode comprometer preservação de Brasília como patrimônio | Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado Federal voltará a discutir nesta quinta-feira (4) o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB). Será a segunda audiência, e ela envolve justamente uma grande dúvida quanto à segunda palavra da sigla: preservação. É grande temor de que o plano aprovado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), na verdade, comprometa a preservação de Brasília, prejudicando, inclusive, seu tombamento como Patrimônio da Humanidade. Aprovado pela CLDF em 19 de junho, o PPCUB tem sido objeto de críticas por parte de especialistas, órgãos de preservação e representantes de moradores da capital federal.

A audiência contará com a participação da promotora do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Marilda Fontinele e do arquiteto e urbanista Paulo Niemeyer, entre outros. O encontro visa aprofundar o debate sobre os potenciais impactos do plano na capital federal. O debate promete ampliar a discussão sobre o PPCUB e seus potenciais impactos na estrutura e no patrimônio urbanístico de Brasília.

Planalto

Segundo o site Brasília, do jornalista Chico Sant’Anna, os deputados distritais Chico Vigilante, Gabriel Magno e a deputada federal Erika Kokai, todos do PT, se reuniram na segunda-feira (01) com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para discutir as preocupações relacionadas ao PPCUB.

Durante o encontro, Chico Vigilante expressou suas preocupações, afirmando que o plano poderá desfigurar completamente Brasília em vez de preservar, como deveria, o traçado original de Lúcio Costa. Ele destacou também o risco de a cidade perder o título de Patrimônio da Humanidade devido às mudanças propostas pelo plano.

Gabriel Magno informou que um relatório detalhado será encaminhado à Presidência da República, enfatizando pontos críticos, como a autorização para a construção de 22 mil moradias em áreas de segurança nacional, algo apontado como um elemento que compromete a segurança dos diplomatas, responsabilidade da União. Após a reunião, Alexandre Padilha pretende levar o tema ao presidente Lula, para, segundo Vigilante, “tomar as medidas contra essa aberração, até mesmo pelas vias jurídicas, se necessário”.