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Garimpo ilegal no MT movimenta R$ 88 Mi

O garimpo ilegal na região da bacia do Rio Tapajós e na Terra Indígena (TI) Sararé, em Mato Grosso, já movimentou mais de R$ 88 milhões desde o início do ano. Esta atividade, descrita como mais mecanizada e com maior investimento do que em outras áreas, está documentada no estudo "A nova corrida do ouro na Amazônia: garimpo ilegal e violência na floresta", realizado pelo Instituto Mãe Crioula, Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e Instituto Clima e Sociedade (iCS).

De acordo com o estudo, apenas na TI Sararé foram encontradas 88 máquinas inutilizadas este ano, cada uma avaliada em média em R$ 1 milhão. Este montante representa o total aproximado movimentado pelo garimpo ilegal na região.

Apesar da Operação Ouro Viciado da Polícia Federal e de outras equipes de segurança, que visam combater a extração ilegal de ouro e desocupar a TI Sararé, o estudo aponta que as máquinas continuam sendo rapidamente repostas na região.

Mato Grosso se destaca como o estado com o maior número de postos de compra de ouro do país, totalizando 46 postos, superando qualquer outra região brasileira. Em contraste, estados como o Pará, que abriga a TI Kayapó e enfrenta problemas de desmatamento e garimpo ilegal, registraram queda no número de postos.

Embora a extração de ouro em terras indígenas seja proibida, o estudo destaca uma regulação frágil dessa atividade.

Os dados sobre a arrecadação da Compensação Financeira por Extração de Minério mostram que Mato Grosso arrecadou R$ 66.226.800, a segunda maior quantia do país. Esses números indicam uma significativa atividade econômica, apesar das restrições legais e ambientais.