Por: Mayariane Castro

Unidade tratará pacientes psiquiátricos graves

A vice-governadora Celina Leão e a secretária Lucilene Florêncio | Foto: Agência Brasília

O Governo do Distrito Federal (GDF) inaugurou hoje sua primeira residência terapêutica voltada para pacientes com transtornos mentais graves e persistentes. A unidade tem capacidade para abrigar dez mulheres, proporcionando moradia a pacientes previamente internadas em hospitais psiquiátricos de longa permanência, sem suporte familiar ou recursos financeiros para reinserção social.

A iniciativa integra a estratégia de desinstitucionalização da Rede de Atenção Psicossocial pública, visando substituir internações prolongadas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O foco principal é promover a autonomia das pacientes em suas atividades diárias, respeitando seus direitos como cidadãs.

Segundo a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, a expectativa é que as primeiras moradoras sejam acolhidas já na próxima semana. Além da unidade feminina inaugurada, está prevista a abertura de uma segunda residência com capacidade semelhante, destinada a pacientes masculinos nos próximos dias. A meta da secretaria é expandir o programa para alcançar um total de 100 pacientes acolhidos em diversas localidades do Distrito Federal.

Funcionamento

Serão acolhidos dez mulheres e dez homens, todos eles internados em hospitais psiquiátricos ou de custódia por dois anos ou mais. O objetivo das residências, conforme a Secretaria de Saúde (SES-DF), é promover gradualmente a autonomia dos indivíduos nas atividades diárias, enquanto respeita plenamente os direitos dos usuários como cidadãos.

Nessas residências terapêuticas, os pacientes terão acesso ao suporte contínuo de cuidadores 24 horas por dia, além de uma equipe composta por enfermeiros, auxiliares de enfermagem, cozinheiros e profissionais de serviços gerais. O suporte interdisciplinar será oferecido no Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) de referência e na Unidade Básica de Saúde (UBS), por uma equipe de atenção básica que considera as necessidades individuais de cada pessoa através do Projeto Terapêutico Singular.

Além da criação das residências terapêuticas, a SES-DF também planeja implantar mais cinco Caps até o início de 2026. Dois desses centros serão dedicados ao público infantojuvenil, localizados no Recanto das Emas e em Ceilândia, enquanto outros dois serão voltados para o tratamento em tempo integral de distúrbios relacionados ao abuso de álcool e outras drogas (Caps III AD), situados no Guará e em Taguatinga.