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Conflito fundiário aumenta tensão no MS

O conflito fundiário entre indígenas guarani kaiowá e fazendeiros na área rural de Douradina (MS), a 191 km de Campo Grande, entrou em fase crítica neste sábado (20). Desde o dia 13 deste mês, a tensão tem escalado, culminando em confrontos físicos e incêndios, segundo relatos de ambas as partes e autoridades envolvidas.

A disputa envolve a área conhecida como Panambi-Lagoa Rica, reconhecida pela União como território ancestral dos povos originários. Enquanto os indígenas reivindicam o direito ancestral sobre a terra, os fazendeiros alegam serem os legítimos proprietários da região, destinada à produção de commodities agrícolas.

Autoridades como Polícia Militar, Polícia Federal, Força Nacional, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e promotores do Ministério Público Federal estão mobilizados no local para evitar novos confrontos e buscar uma solução conciliatória. O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) confirma que dois indígenas foram feridos por balas de borracha nos recentes episódios de conflito.

O impasse continua sem negociação efetiva há uma semana, enquanto políticos locais, como o deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) e a deputada estadual Gleice Jane (PT-MS), acompanham de perto os desdobramentos. Uma reunião de conciliação foi agendada na sede do MPF em Dourados, com o objetivo de buscar uma solução para o impasse.

O cenário é complexo devido ao reconhecimento parcial da área como terra indígena desde 2011, embora o processo de demarcação ainda não tenha sido concluído devido a contestações judiciais. Enquanto isso, a tensão persiste, exacerbada por episódios recentes de violência e ações incendiárias cuja autoria ainda não foi determinada pelas autoridades.