Por: Da Redação

BRB registra prejuízo de R$ 42,9 milhões no primeiro trimestre

Balanço do BRB foi divulgado esta semana | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O Banco de Brasília (BRB) anunciou um prejuízo contábil de R$ 42,922 milhões para o primeiro trimestre de 2024, conforme divulgado na "Demonstração do Resultado do BRB". As informações foram publicadas no blog do jornalista Chico Santana. O resultado negativo reflete um desempenho financeiro comprometido, apesar de um lucro líquido recorrente de R$ 8,7 milhões, o que representa uma queda de 89,9% em relação ao último trimestre de 2023.

A diferença entre o prejuízo contábil e o lucro líquido recorrente deve-se à inclusão de créditos tributários e à venda de carteiras de crédito no balanço. O BRB obteve créditos tributários superiores a R$ 70 milhões e antecipou receita de R$ 92 milhões com a venda de carteiras de créditos avaliadas em R$ 900 milhões. Sem esses fatores, o prejuízo do trimestre teria sido de R$ 204,922 milhões.

O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese) observou que a contabilidade do banco para alcançar o lucro líquido recorrente não reflete uma performance sólida, uma vez que os créditos tributários e as receitas antecipadas não são recorrentes. A análise dos economistas Paula Reisdorf e Daniel de Oliveira ressalta que, apesar do lucro líquido, a saúde financeira do banco está sob pressão.

Dados

A carteira de crédito do BRB apresentou crescimento, totalizando R$ 36,1 bilhões, com aumento de 0,7% em três meses e 12,2% em doze meses. Os segmentos com crescimento significativo incluem crédito rural (+83,8%), crédito imobiliário (+34,4%), crédito para pessoa jurídica (+29,5%) e cartão de crédito (+28,4%). O único segmento com redução foi o crédito pessoal, que caiu 4,9% em doze meses e 2,6% em três meses.

O banco também enfrentou um aumento na inadimplência, que cresceu 0,92 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, atingindo 3,17%. Este índice ainda está ligeiramente abaixo da média do Sistema Financeiro Nacional, que é de 3,21%. Para enfrentar a inadimplência, o BRB aumentou em 50,8% o provisionamento para cobrir créditos de liquidação duvidosa, totalizando R$ 337 milhões.