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Conflito por terra ancestral no MS

Um novo confronto entre indígenas e produtores rurais em Douradina (MS) resultou em seis pessoas feridas na noite de domingo (4) e madrugada de segunda-feira (5). Entre os feridos estão cinco produtores rurais e um indígena, todos com ferimentos superficiais. O conflito, que persiste há mais de 20 dias, envolve uma disputa pela posse da área conhecida como Panambi-Lagoa Rica. No sábado (3), cinco indígenas da etnia guarani kaiowá foram feridos por tiros de armas letais e de borracha, sendo encaminhados ao Hospital da Vida, em Dourados, onde apenas um permanece internado.

A Força Nacional, o Batalhão de Choque e a Polícia Militar estão presentes na área de conflito. De acordo com representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a situação está controlada e os militares permanecem em alerta. O embate começou em 13 de julho, quando um indígena foi baleado na perna por uma bala de borracha. Desde então, a disputa intensificou-se com ataques e invasões por parte de fazendeiros e indígenas. No último sábado (3), um grupo de produtores rurais invadiu um acampamento indígena após alegações de que indígenas haviam iniciado um incêndio em vegetação de uma propriedade.

A área em disputa é reconhecida como ancestral desde 2011, com um perímetro de 12 mil hectares, mas o processo de demarcação está parado devido a ações judiciais. Daniela Alarcon, coordenadora geral do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), afirmou que a demarcação ainda não foi concluída, apesar de a União ter reconhecido o perímetro. Recentemente, deputados federais de esquerda pediram uma reunião urgente com o ministro da Justiça para discutir a escalada de violência e a situação dos povos indígenas.