Por: Mayariane Castro

Médicos da rede pública do DF vão votar possível greve

Médicos reinvindicam aumento de salário desde a pandemia | Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

Nesta quarta-feira (14), os médicos da rede pública do Distrito Federal se reunirão para votar um indicativo de greve em assembleia geral convocada pelo Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico-DF). A reunião, marcada para as 19h, discutirá principalmente a recomposição salarial e a falta de progresso nas negociações com o Governo do Distrito Federal (GDF).

O SindMédico-DF alega que, desde 2018, tem tentado negociar um ajuste salarial com o GDF sem sucesso. A categoria também busca a revisão do plano de carreira, cargos e salários (PCCS). As negociações foram interrompidas durante a pandemia de covid-19 devido à Lei Complementar 173/20, que proibiu reajustes salariais. As tratativas foram retomadas em 2022, mas ainda não houve resposta satisfatória do governo.

Para a médica Maria Eduarda, o debate é extremamente necessário diante do cenário do sistema de saúde do Distrito Federal neste ano. “Enfrentamos uma epidemia de dengue no início do ano e ainda estamos cuidando de outras situações delicadas e que chegam até nós mesmo sem o suporte adequado. Não temos uma infraestrutura adequada e entendemos que nós, enquanto profissionais, também não somos valorizados e nem somos prioridades”.

Mudanças

O sindicato relatou que todas as tentativas de mediação com o Ministério Público do Trabalho e de solicitações de audiência com o governador foram infrutíferas. Além disso, a entidade observa que, nos últimos anos, houve uma redução significativa no número de médicos em várias especialidades, com exceção da medicina de família e comunidade e da medicina de emergência.

Em abril de 2014, a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) contava com 5.546 médicos. Atualmente, o número caiu para 4.197. A redução também afetou a folha de pagamento, com a participação dos salários dos médicos na composição da folha diminuindo de 31% para 25%.

A assembleia do SindMédico-DF decidirá se será emitido um indicativo de greve, que poderá levar a paralisações caso as reivindicações não sejam atendidas pelo GDF.