Ibaneis Rocha pode vetar aumento dos gabaritos de hotéis

Governador do DF sinaliza possíveis vetos ao plano do PPCUB

Por Mayariane Castro

Ibaneis deverá sancionar, com vetos, o PPCUB esta semana

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sinalizou na última semana que pretende vetar a emenda que permitiria o aumento dos gabaritos de hotéis no centro de Brasília. A proposta está inserida no Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub), aprovado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) em 19 de junho. Ibaneis deve formalizar o veto junto a outros nesta semana, após a conclusão da análise técnica final do governo.

A emenda em questão permitiria a construção de edifícios de até 12 andares em áreas que atualmente abrigam prédios com até três andares. A proposta gerou controvérsia desde sua aprovação na CLDF, com críticas relacionadas ao impacto na arquitetura e no planejamento urbano de Brasília. Críticos argumentam que a mudança comprometeria a qualidade de vida na cidade, afetaria o trânsito e a infraestrutura local e aumentaria a especulação imobiliária.

A declaração do governador ocorreu durante um almoço-debate promovido pelo Lide Brasília, realizado na residência de Fernando Cavalcanti, vice-presidente do Nelson Wilians Group. O evento contou com a participação de empresários do Distrito Federal. O Correio da Manhã entrou em contato com o GDF para questionar sobre outros possíveis vetos e também pela previsão de sanção, mas os questionamentos não foram respondidos.

Opinião popular

Além disso, a emenda levantou preocupações sobre a preservação da identidade arquitetônica de Brasília, que é um patrimônio tombado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A proposta também inclui outras alterações no PPCub, como a autorização para construções no setor Oeste do Eixo Monumental e a exploração econômica de áreas verdes ao longo do Lago Paranoá.

O texto aprovado pela CLDF enfrenta resistência entre urbanistas, arquitetos e ambientalistas, que criticam a falta de debate com a sociedade e a rapidez da aprovação. Integrantes da oposição já anunciaram planos para contestar judicialmente o PPCub, alegando que o texto aprovado representa uma ameaça ao tombamento de Brasília, caso seja sancionado sem alterações.