Professores da rede pública marcam protesto e paralisação
Categoria reivindica aumento salarial e melhorias no orçamento
Profissionais da educação pública do Distrito Federal organizam uma manifestação em frente à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) nesta quinta-feira (22), a partir das 14h. O evento será acompanhado por uma paralisação das atividades nas escolas públicas e faz parte da Jornada em Defesa da Educação.
A decisão de realizar a manifestação e a paralisação foi tomada em assembleia geral da categoria. A principal reivindicação é o reajuste salarial de 19,8%, conforme estabelecido pela meta 17 do Plano Distrital de Educação (PDE), que não foi seguida. Esta meta visa valorizar os profissionais da rede pública de educação básica, buscando equiparar seus vencimentos à média das demais carreiras de servidores públicos do DF com nível de escolaridade equivalente até o quarto ano de vigência do plano.
Além do reajuste salarial, os profissionais pedem a criação de um plano de nomeações para os aprovados em concursos e a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com uma maior alocação de recursos para a educação. A categoria também solicita um cronograma para a efetivação dos aprovados, apontando a falta de profissionais efetivos mesmo com concurso em vigor nas escolas como uma questão preocupante.
Transparência
A mobilização visa pressionar a Câmara Legislativa para que haja a revisão dos vetos aplicados pelo governador Ibaneis Rocha na área da educação. A assessoria do Sindicato dos Professores (Sinpro) critica a política educacional, alegando que o atual governo está promovendo o sucateamento da escola pública. Entre os problemas citados estão a superlotação das turmas, a qualidade da merenda escolar, o desmonte da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e da educação inclusiva, além dos salários considerados defasados.
A direção colegiada do Sinpro também aponta que a análise das planilhas orçamentárias do Governo do Distrito Federal (GDF) revela um suposto descaso com a educação. Segundo o Portal da Transparência de 2023, o GDF investiu mais de R$ 216,3 milhões do Tesouro em publicidade e propaganda, contra apenas R$ 134,5 milhões destinados para a alimentação escolar. O protesto visa aumentar a visibilidade das demandas da categoria e buscar uma resposta imediata das autoridades competentes para as questões levantadas.
A Secretaria de Educação informa que a decisão da categoria não prejudica o ano letivo. “A Secretaria de Estado de Educação do DF informa que a participação de professores e orientadores na assembleia geral é uma decisão individual. A pasta informa ainda que mantém uma mesa permanente de negociação com o Sinpro-DF e ressalta o movimento do governo com ações concretas para atender às demandas da categoria”.