DF enfrenta pior seca mais de 40 anos
O Distrito Federal está vivenciando a pior seca dos últimos 44 anos, com a menor incidência de chuvas entre maio e agosto desde a década de 1980. Especialistas do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) indicam que a situação pode não melhorar e pode até piorar em setembro, já que não há previsões de chuvas para o próximo mês. A escassez histórica de água afeta não apenas a capital federal, mas também outros 16 estados brasileiros que enfrentam condições severas de seca.
Além do DF, o fenômeno é particularmente intenso na região Centro-Oeste, onde a seca excepcional está resultando em impactos significativos no abastecimento e na agricultura. Segundo Ana Paula Cunha, pesquisadora do Cemaden, a seca começou em 2023 e, desde então, a falta de chuvas tem sido um problema crescente. Em dezembro passado, a escassez já era considerada "moderada", e a atual falta de precipitações é um agravante. A ausência de chuvas, mesmo durante o inverno, que normalmente traz alguma umidade, está gerando preocupações adicionais sobre o impacto a longo prazo.
Projeções do Cemaden para 2040 sugerem que as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste poderão enfrentar secas severas semelhantes ou piores do que as atuais. Além disso, na noite de 25 de agosto, a qualidade do ar no DF atingiu a classificação "péssima", com Brasília se tornando a quarta cidade mais poluída do Brasil. A concentração de partículas de poeira foi 2,3 vezes acima dos níveis recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Espera-se que uma mudança na direção dos ventos, prevista para os próximos dias, possa melhorar a qualidade do ar e trazer um céu mais limpo para o DF. No entanto, a situação da seca continua a exigir atenção e gestão de recursos hídricos.