GO: desigualdade na distribuição de médicos

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Em Goiás, a distribuição de médicos revela uma realidade comum em várias partes do Brasil: uma disparidade significativa entre áreas urbanas e rurais. Dados da Demografia Médica no Brasil 2023 indicam que o estado possui 24.224 médicos registrados, com uma taxa de 2,57 médicos por 1.000 habitantes. A capital Goiânia concentra 7.321 médicos, enquanto o interior conta com 16.903, evidenciando uma desigualdade na distribuição. A maioria dos profissionais é especializada, mas há uma carência crítica em Medicina de Família e Comunidade.

O estado de Goiás enfrenta um déficit em médicos de família, com números baixos semelhantes aos encontrados no restante do Brasil, onde há apenas 2.900 médicos dessa especialidade, representando 0,35% do total. A ausência desses profissionais prejudica a organização dos serviços de saúde e sobrecarrega outras áreas. Além disso, Goiás tem 13 cursos de Medicina, oferecendo 1.858 vagas, com apenas 13,1% dessas vagas em instituições públicas. O estado também dispõe de 40 programas de Residência Médica com 1.388 vagas, o que corresponde a apenas 3,1% do total nacional.

A concentração de médicos em grandes centros urbanos é uma tendência nacional, com 60% dos profissionais do Brasil residindo em capitais. A alta carga de trabalho, com médicos realizando em média 1.121 consultas anuais, e a baixa remuneração são fatores que dificultam a fixação de profissionais em áreas rurais. O Ministério da Saúde anunciou recentemente medidas para enfrentar a escassez de médicos, incluindo a criação de 2.500 vagas anuais para Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade, visando melhorar a distribuição.