Fogo em Brasília vira disputa política

Uma suposta crítica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à ação do Corpo de Bombeiros no combate aos incêndios no Parque Nacional de Brasília transformou definitivamente a crise ambiental no Distrito Federal em briga política. O Palácio do Planalto desmentiu a crítica, inserida em apuração do site Poder 360 da reunião que Lula fez com os chefes dos demais problemas para discutir a questão ambiental. Apesar do desmentido, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), fez publicação em suas redes sociais, na quarta-feira (18), criticando Lula.

Segundo o site, Lula teria demonstrado insatisfação e apontado inércia e insuficiência no quantitativo de profissionais no combate ao fogo que está se alastrando na capital federal. A suposta crítica teria sido feita depois do presidente sobrevoar o Parque Nacional na segunda-feira (16).

"Desleixo"

Ibaneis manifestou-se em suas redes sociais defendendo os bombeiros e acusando as autoridades federais de abandonarem o DF no combate ao fogo “O presidente revela não só desconhecimento, como também insensibilidade diante do efetivo trabalho do Corpo de Bombeiros de Brasília, da Defesa Civil e de outros agentes envolvidos, que se dedicam diuturnamente a combater os focos de incêndios e são comprometidos com ações preventivas ao longo de todo o ano”, reagiu Ibaneis.

“Por esta razão, são instituições respeitadas e admiradas pela população. Infelizmente, o presidente, como morador transitório de Brasília, deve estar preocupado em explicar a incapacidade e precariedade dos órgãos federais em regiões onde devia ser mais presente. Desleixo inclusive com o Parque Nacional, que apesar de ser uma área federal, segue ignorado pelas autoridades federais, deixando o DF sozinho na empreitada de sua preservação”, publicou.

No mesmo dia, a Secretaria de Comunicação Social de Presidência (Secom) divulgou nota em que desmente a fala de Lula. “Para não ter dúvida: desde o início dos incêndios o presidente da República tem enaltecido a importância e bravura dos bombeiros, dos brigadistas e da Defesa Civil nos estados e municípios no intenso, arriscado e difícil trabalho de combate ao fogo”, diz o texto.