Qualidade do ar piorou 350 vezes no DF
Incêndios foram debelados, mas deixaram rastro de problemas. Veja números
Brasília enfrentou incêndios intensos em várias localidades da região nos últimos dias. O maior deles, já controlado, foi no Parque Nacional que consumiu 1,473 mil hectares da área. Era possível ver e sentir fumaça em todos os cantos, o que ocasionou um aumento de doenças de síndromes respiratórias.
O Instituto Brasileiro Ambiental registrou entre os dias 10 e 14 de setembro qualidade do ar oscilando entre moderada e ruim. O monitoramento foi feito por equipamento instalado na Rodoviária do Plano Piloto que alcançou o número de 56,02 ug/m3 (microgramas por metro cúbico, medida utilizada para medir a quantidade de poluentes no ar). A qualidade do ar é considerada aceitável quando os índices oscilam entre 41 e 80 ug/m3. Esse índice foi ultrapassado de forma assustadora na Fercal: 125 ug/m3.
A Agência Brasil divulgou dados que demonstra a piora na poluição do ar, com base no Purpleair que registrou o aumento de 350 vezes de partículas finas no ar da capital.
Partículas e gases
Instituto Ar alertou para o perigo dessas partículas. “A fumaça das queimadas é composta por partículas e gases. O material particulado é o poluente mais presente e o mais prejudicial à saúde. E quanto menor a partícula, maior será o efeito. Isso porque as partículas menores, que medem até 100 vezes menos que um fio de cabelo, entram nos pulmões pela respiração, atingem as vias respiratórias menores e podem provocar inflamação” publicou o instituto em nota.
Brasília registra nesta segunda-feira (23), 153 dias de seca sem chuva. A última vez que houve registro de chuva neste ano foi no dia 23 de abril. Este ano de 2024 só perde para 1963, quando o Distrito Federal registrou 163 dias sem chover.
Embora o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) tenha confirmado o controle do incêndio no Parque Nacional que assustou os moradores nos últimos dias, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) não dispensou a possibilidade de novos focos e, segundo eles, não há previsão de chuva para os próximos dias. Situação atípica para a primavera que se iniciou no domingo (22).