Grilagem no DF pode ser motivo dos incêndios em Brasília

A grilagem de terras, um dos maiores problemas fundiários do Distrito Federal, pode estar entre as principais causas dos incêndios criminosos que assolaram as florestas brasilienses nas últimas semanas.

Entidades do Legislativo, Executivo, Judiciário e a sociedade civil debateram a necessidade do combate à grilagem no Distrito Federal durante o 2º Fórum Grilagem e Consequências Ambientais no Distrito Federal que ontem (25/9).

O delegado da Coordenação Especial de Proteção ao Meio Ambiente, à Ordem Urbanística e ao Animal da Polícia Civil (Cepema) João Maciel Claro, confirmou a detenção de nove pessoas suspeitas de provocarem incêndios no DF, só na última semana. Salientou que a polícia não descarta a interferência de grilagem.

“Estamos apurando e há indícios de que o incêndio que começou dia 3 de setembro no Parque Nacional foi ocasionado a mando de grilagem”.

Segundo dados da Polícia Civil, em 2023, foram realizadas 176 prisões em flagrante por grilagem e recuperados R$ 2 bilhões e 250 mil. Neste ano de 2024, já são mais de 80 prisões e recuperados R$ 2 bilhões e 50 mil até agosto.

O secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal, Gutemberg Gomes, destaca a necessidade de mais tecnologia para que as ações afirmativas no combate a grilagem tenham mais força. Segundo ele, o GDF apoia as plataformas existentes e busca mecanismos próprios para validar informações sobre a ocupação ilegal no DF.

“Nós não temos ainda uma plataforma que valide nossas informações, precisamos de uma plataforma própria para tomar decisões seguras, com informações claras sobre o território”, reitera.

Ibaneis

O governador de Brasília, Ibaneis Rocha, afirmou durante inauguração do Pistão Norte, na sexta-feira (20), que os incêndios estão sendo investigados.

“Eu tenho aqui um acompanhamento que vem sendo feito pela Polícia Civil e notamos que existem queimadas em áreas que os grileiros querem expandir a grilagem no Distrito Federal. Alguns casos precisam ser realmente apurados, mas as notícias que chegam primeiro são de pessoas que querem entrar nessa questão da grilagem”, afirmou.