Por: Thamiris de Azevedo

Febre Maculosa chega no Distrito Federal

Capivaras podem ser o vetor da febre maculosa em Brasília | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) confirmou dois casos de infecção de febre maculosa na região do Riacho Fundo I e Lago Norte. Os diagnosticados, segundo a pasta, são um homem com a idade entre 15 e 20 anos e uma mulher de 40 a 49 anos. Ambos estão recuperados.

Foram os primeiros caso confirmados no DF este ano; 17 seguem em investigação. Este ano, fpram contabilizadas 59 notificações de casos suspeitos e 40 foram descartados. A capital não registrava nenhum caso desde 2020.

“Já comunicamos ao Ministério da Saúde e reunimos as equipes de vigilância e assistência para adoção imediata das ações indicadas”, afirma a Secretaria de Saúde, em nota.

“A estação seca é o período em que a população de carrapato é abundante no ambiente e é composta principalmente de larvas e ninfas. Em caso de ocorrência de carrapatos, a vigilância ambiental pode ser acionada pelo telefone 3449-4428 ou pela ouvidoria da SES, discando 160”, completa a secretaria.

A febre maculosa é uma doença causada pela bactéria Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato da espécie Amblyomma, conhecido como carrapato-estrela. Quando em contato com um animal hospedeiro, por um período de quatro a seis horas, o infectado pode transmitir para um corpo humano.

No Brasil, existem duas espécies de carrapato riquétsias que podem causar Febre Maculosa: Rickettsia rickettsii, que leva ao quadro de Febre Maculosa Brasileira (FMB) considerada a mais grave; e Rickettsia parkeri, que tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica que apresenta quadros clínicos mais leves.

Os principais sintomas são febre, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, diarreia com dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas e paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando paragem respiratória.

A SES recomenda que, assim que surgirem os primeiros sintomas, a pessoa procure uma unidade de saúde para avaliação médica.
O tratamento é feito com antibiótico específico e, em alguns casos, pode ser necessária a internação do paciente. A falta ou a demora no tratamento da febre maculosa que pode agravar o caso e levar a óbito.

Já a veterinária da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema-DF) Luísa Helena Rocha, atenta para o cuidado com os animais e lugares em que os carrapatos podem viver.

“Use roupas longas de proteção e evite andar na grama, priorize lugares com calçadas. A cada duas horas é importante verificar se não pegou nenhum carrapato. É importante sempre manter em dia os cuidados com os animais domésticos”, destaca.

Capivaras

A Capivara, animal facilmente encontrado pela capital, cuja população vem crescendo nos últimos anos, é um possível hospedeiro do carrapato-estrela e apresenta potencial risco. Segundo dados da Sema-DF, 25% do Lago Paranoá é ocupado pelo animal.

A Secretaria de Saúde afirma que existe monitoramento da espécie animal presente na orla. “Os resultados obtidos após 15 meses de análises geraram dados suficientes para estimar o número de capivaras presentes, identificar os pontos de maior concentração dos animais, entender os mecanismos de reação com a aproximação dos seres humanos e diagnosticar as espécies de carrapatos”, salienta.