Por: Thamiris de Azevedo

Rastreio genético possibilita prevenção de câncer de mama

Exame detecta predisposição genética para o câncer | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

A Secretária de Saúde do Distrito Federal (Ses-DF), a partir deste mês de prevenção de câncer de mama, começou a oferecer exame genético para detectar a doença. O DF é a primeira unidade da federação a integrar o procedimento na saúde pública, realizados no Laboratório de Biologia Molecular da Unidade de Genética (Ugen) do Hospital de Apoio de Brasília (HAB). Além do câncer de mama, o exame também detecta as chances de tumores nos ovários e outra situações hereditárias.

A medida cumpre a lei 6.733 de novembro de 2020, sancionada pelo governador Ibaneis Rocha. A lei impõe a obrigatoriedade do teste de mapeamento genético às mulheres com elevado risco de desenvolver câncer de mama em todos os hospitais públicos da região.

Outros quatro estados dispõem de leis que também estabelecem a realização do painel genético: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Amazonas. O Distrito Federal é o único que integrou o mapeamento no Sistema Único de Saúde (SUS).

Prevenção

Ao Correio da Manhã, a Ses-DF explica que o exame funciona como um rastreio hereditário, capaz de mapear alterações genéticas herdadas que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver certos tipos de câncer.

Com a identificação antecipada, os testes ajudam a tomar decisões de procedimentos personalizados para prevenção ou diagnóstico precoce para tratamento.

“A técnica que utilizamos é o sequenciamento de nova geração (NGS). O NGS possibilita a análise de painéis genéticos que incluem diversos genes relacionados a síndromes hereditárias de predisposição ao câncer, como BRCA1, BRCA2, TP53, CHEK2 e outros. O NGS permite o sequenciamento de painéis genéticos inteiros, incluindo dezenas ou até centenas de genes, em uma única corrida”, diz a secretaria.

Para pessoas com histórico de câncer na família, recomenda-se fazer o teste com 18 anos. Mas a secretaria chama atenção para os casos de situações específicas, como síndromes genéticas associadas ao risco de tumores na infância, como a Síndrome de Li-Fraumeni ou a Neurofibromatose, caso em que o exame deve ser realizado ainda na infância.

“Neste ano, a previsão é que sejam atendidas 240 mulheres encaminhadas por especialistas da rede pública de saúde” afirma a Unidade de Genética do laboratório, em nota.

Dados disponibilizados pela SES-DF apontam que, até agosto de 2024, foram 16.138 mamografias realizadas e 841 casos de internação.