A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu no final da tarde de quinta-feira Wilmar Lacerda, atual vice-presidente do PT do Distrito Federal, ex-deputado distrital, ex-secretário de Administração do Distrito Federal e ex-suplente de senador. A prisão é resultado da Operação Predador, encabeçada pela Delegacia de Proteçâo à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Wilmar Lacerda foi indiciado por favorecimento de prostituição de criança ou adolescente. Desde 2017, ele era investigado por supostamente ter aliciado uma menor em troca de lanches e outras promessas.
Na época, Lacerda era o suplente do então senador Cristovam Buarque, então no PPS e hoje no Cidadania, partido que presidente no Distrito Federal. Na ocasião, diante da suspeita, Cristovam chegou a romper um acordo pelo qual se licenciaria do cargo para permitir que Lacerda fosse senador por um tempo. Na época, a denúncia foi feita pelo portal Metrópoles.
O caso foi investigado pela 31ª Delegacia de Polícia de Planaltina. Segundo a denúncia, Wilmar Lacerda teria aliciado uma menina de 17 anos para fazer sexo com ele em troca de lanches.
Segundo o artigo 218 do Código Penal, a pena é de prisão de quatro a dez anos para quem “submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 anos”.
Lacerda era, então, o chefe de gabinete da liderança do PT no Senado. Cristovam pretendia pedir licença do seu cargo para fazer pré-campanha como candidato à Presidência da República nas eleições de 2018. Com as investigações, a licença foi suspensa.
Outros casos
A decisão da prisão foi tomada pela Vara Criminal da região do Itapoã. E aponta para a possibilidade de mais casos, envolvendo menores entre 13 e 17 anos.
O processo corre em segredo de Justiça, mas a operação começou quando foi preso um empresário amigo de Wilmar Lacerda suspeito de abusar de “dezenas de adolescentes, a maioria entre 12 e 13 anos de idade”.