Por: Thamiris de Azevedo

Satélite brasiliense coleta informações em órbita

Réplica do AlfaCrux em tamanho real no planetário de Brasília | Foto: Divulgação

O primeiro satélite desenvolvido na Capital, por professores e alunos do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (Unb), AlfaCrux, foi lançado à órbita em abril de 2022 e atuou até abril de 2024. O equipamento coletou informações que possibilitam desenvolvimento no combate à crise climática. Réplica em tamanho real chegou para exposição permanente no Planetário de Brasília Luiz Cruls.
Com investimento de R$ 2 milhões do Fundo de Apoio à Pesquisa (FAPDF), o satélite partiu de Cabo Canaveral nos Estados Unidos a bordo do foguete Falcon 9 da Space X.

Segundo o professor e desenvolvedor do projeto, Renato Alves Borges, o equipamento levou cinco anos para ser concluído e a principal missão espacial instituída foi a coleta de dados sobre o meio ambiente.

“Está em desenvolvimento uma unidade de monitoramento remoto, capaz de coletar, armazenar e transmitir dados ambientais de superfície e solo de áreas preservadas, que sirvam como referência. Essa tem sido uma abordagem cada vez mais utilizada em todo o mundo. Esse sistema teria o Governo como um dos grandes clientes e seria útil na estruturação de políticas públicas, regulação de questões relacionadas com balanço de carbono, controle de recursos hídricos, sistemas de emergência para combate às queimadas, dentre outros”.


“O AlfaCrux é o primeiro passo de um projeto ousado, para que outros nanossatélites semelhantes possam ser lançados e auxiliar o Brasil e o mundo em pesquisas espaciais e terrestres”, completa.


Tendência

O AlfaCrux é um nanossatélite, em formato de cubo, de 10cm e pesa aproximadamente 1kg. Não tem câmeras mas possui capacidade de coletar dados sobre o que ocorre em lugares distantes, como o Cerrado e a Amazônia, e comunicar por texto e voz. 

O satélite se desintegrou na atmosfera terrestre, cumprindo sua missão após dois anos de operação. Segundo a Agência Espacial Brasileira (EAB), os dados coletados já estão em tratativas internas.

A Agência compartilhou com o jornal que o satélite em tamanho reduzido por atuação magnética é uma tendência mais barata e com tempo de vida útil menor.