Educação para indígenas cresce no DF

Distrito federal tem a segunda maior taxa de alfabetização para os povos originários

Por Thamiris de Azevedo

Crianças indígenas estudam na rede pública do DF

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o Distrito Federal tem a segunda maior taxa de alfabetização de indígenas em todo território brasileiro, sendo de 94,5% e ficando atrás do Rio de Janeiro, que alcançou a taxa de 95,1%.

Segundo a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SES), atualmente são 547 estudantes indígenas matriculados nas escolas públicas do Distrito Federal. São 55 na educação infantil, 226 no ensino fundamental I, 100 no ensino fundamental II e mais 84 no ensino médio. Também estão matriculados 58 indígenas na educação para jovens adultos (EJA).

“As escolas que mais possuem mais indígenas na rede são as Escolas Classe Morro da Cruz em São Sebastião e a Escola Classe Café sem Troco no Paranoá. Ambas atendem juntas mais de 100 estudantes da etnia Warao, que são refugiados venezuelanos. A Escola Classe 312 Norte e a Escola Classe Vila do Regimento de Cavalaria e Guarda, ambas no Plano Piloto, possuem o maior número de matriculas da etnia Guajajara”, ressalta.

Em nota, a Secretaria também disse que acredita que o sucesso se dá pelas políticas públicas de educação inclusiva no Distrito Federal.

“Há pressupostos teóricos do currículo em movimento da Secretaria de Educação do Distrito Federal, como eixos transversais em Educação para a Diversidade, Educação para a Cidadania e outros. A temática indígena é contemplada a partir da Educação para a Diversidade, que destaca a garantia da valorização de sua identidade étnica e cultural e dos direitos humanos, contribuindo para um tratamento específico e distinto de saberes construídos por esses povos”, ressalta.

Ainda, adiantou que neste mês de outubro o Fórum de Educação em Direitos Humanos e Diversidade irá apresentar e debater projetos desenvolvidos pelas unidades escolares sobre os diversos temas em Educação em Direitos Humanos e Diversidade, entre eles a educação antirracista e a educação para as relações étnico-raciais.

Universidade

Segundo dados da Universidade de Brasília (Unb), são 229 alunos indígenas em graduação e 50 em pós-graduação. Os cursos com o maior número de indígenas são Ciências Sociais e Medicina.

Estão abertas as inscrição para seleção exclusiva da Unb em vestibular para o ano de 2025. São240 vagas em mais de 50 cursos de graduação, para ingresso no primeiro semestre de 2026. Os indígenas interessados podem acessar as informações no site do Cebraspe até o dia 4 de novembro.