Aplicativo orienta cuidados em crianças com câncer

Ferramenta pretende facilitar adesão de cuidadores e informar familiares

Por Thamiris de Azevedo

Aplicativo contém conteúdos informativos de cuidados com crianças com câncer.

Alunos e professores da Universidade Brasília (UnB), em parceria com o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), com o Apoio de Fundo à Pesquisa, desenvolveram o aplicativo “PedOnco”. A ferramenta contém diversas informações sobre tratamento de câncer em crianças.

A professora e coordenadora do projeto, Patrícia Medeiros de Souza, do Departamento de Farmácia da UnB, conta ao Correio da Manhã que a produção do aplicativo partiu de um estudo em crianças com Leucemia Linfóide Aguda. Na ocasião, identificou-se a falta de adesão de cuidadores para crianças com câncer pela falta de conhecimento.

Os pesquisadores desenvolveram o aplicativo para transformar linguagem técnica em acessível não só para cuidadores, mas também para os familiares.

“O aplicativo vai beneficiar não só os cuidadores de criança com câncer, mas todas as pessoas que fazem tratamento de câncer porque os cuidados são os mesmos. A linguagem é acessível, as figuras ajudam na compreensão e também todas as imagens e folders podem ser baixadas e enviadas por whatsapp e e-mail”, afirma.

A gerente de pesquisa do HCB, Cristiane Salviano, destaca que o aplicativo pode incluir protocolos terapêuticos.

“Gostaríamos de testar o aplicativo com os pacientes e, ao mesmo tempo, verificar se conseguimos mensurar a melhoria da adesão terapêutica por meio do aplicativo. São ideias que podem fundamentar a implementação dessa tecnologia nos protocolos”.
A plataforma está disponível no GooglePlay e Apple Store.

Conteúdo

A ferramenta é uma espécie de livro digital interativo dividido em capítulos que tratam de nutrição, armazenamento dos medicamentos, higienização das mãos, descarte de medicamentos, cuidados da família, reação adversa dos excipientes, vacinas, cuidados odontológicos, partição de comprimidos e cuidados da enfermagem.

Acessibilidade

O aplicativo também tem formato para leitura de pessoas cegas. A professora explica que para acessá-lo é preciso baixar o sistema TalkBack, que irá transcrever o texto em voz. Além disso, todo o conteúdo está disponível em versão Braile na biblioteca do Hospital da Criança de Brasília.