Vacina de poliomielite passa a ser injetável

Ministério da Saúde disponibilizou 20 mil doses para estoque no DF

Por Thamiris de Azevedo

Brasil não tem registros da doença desde a década de 90

A partir desta segunda-feira (4), o medicamento da poliomielite para prevenir paralisia infantil será aplicada de forma injetável pela VIP (Vacina Inativada Poliomielite). A aplicação pela famosa gotinha da VOPB (Vacina Oral Poliomielite Bivalente) é extinta do SUS.

Segundo a Secretaria de Saúde do DF (SESDF), o novo esquema vacinal será realizado gradualmente. Em crianças 2 meses será injetada a 1ª dose; 4 meses a 2ª dose; 6 meses: 3ª dose; e em 15 meses, a última para reforço.

Boletim epidemiológico da SESDF demonstra que em 2023 foram notificados 14 casos suspeitos, e todos descartados.

“O Brasil recebeu o certificado de eliminação da Pólio em 1994. No entanto, a doença ainda é endêmica em dois países, Afeganistão e Paquistão, com notificação de surtos pela doença em vários países do continente africano. Enquanto houver casos de Pólio no mundo, existe o risco de reintrodução da doença”, consta no relatório.

Estoque

A SESDF confirma ao jornal que recolheu todas as vacinas orais em 28 de setembro, mas que priorizaram, conforme orientação do Ministério da Saúde (MS), o esquema primário de vacinação (D1, D2 e D3) para crianças menores de 5 anos. Os menores que comparecerem para a dose de reforço nesse período foram orientadas a retornarem a partir do dia 4 de novembro.

Dados do Ministério da Saúde ao Correio da Manhã apontam que foram distribuídos 1,6 milhões de doses para o país.

“O Distrito Federal tem 20.900 mil VIPS em estoque. Em outubro, o Ministério da Saúde distribui 12 mil doses para o estado”.

Vírus

A paralisia infantil é uma doença contagiosa aguda que ocorre entre 1 e 2% das infecções causadas pelo poliovírus. A contaminação ocorre, principalmente, por fezes ou secreções orais.

O principal sintoma é a infecção na medula e no cérebro que ocasiona em sequelas motoras e perda de movimentos. A enfermidade não tem cura.

Zé gotinha

Apesar da substituição da vacina oral, o Ministério da Saúde destaca que o personagem Zé Gotinha, criado nos anos 1980 para incentivar a adesão das famílias, continua sendo um símbolo da imunização em todo o país.