Por: Thamiris de Azevedo

TSE ganha óculos para deficientes visuais

Òculos no TSE auxiliam deficientes visuais | Foto: Thamiris de Azevedo/Correio da Manhã

Durante o evento de acessibilidade e inclusão na justiça eleitoral, na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, a Ministra Cármem Lúcia recebeu três unidades dos óculos “Orcam My Eyes”. O acessório possui tecnologia de inteligência artificial para auxiliar na acessibilidade de pessoas com deficiência visual. As unidades estão distribuídas no Museu do Voto e na Biblioteca Alysson Darowish Mitraud, dentro da instituição.

Durante o evento, o servidor do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Elinaldo Camelo, que tem deficiência visual, apresentou as funcionalidades dos óculos, que contêm uma câmera com inteligência avançada, com capacidade de captura de imagens do ambiente, em que o usuário articula as informações visuais em voz alta e em tempo real. O manuseio é por comando de toque nas hastes do equipamento.

Na ocasião, a ministra Cármem Lúcia se prontificou a ajudar na apresentação do produto. O servidor ficou à sua frente, e o óculos cadastrou sua imagem, identificando-a todas as vezes em que ela aparecia na frente de Elinaldo. Além disso, os óculos reconhecem cédulas de dinheiro, leem livros, classificam produtos e cores.

Em nota do TSE, Elinaldo Camelo afirmou que os óculos são mais uma tecnologia assistiva para facilitar a vida da pessoa com deficiência e, com a aquisição da tecnologia, o Tribunal “já está desconstruindo o capacitismo”.

“Então, a pior barreira que existe na vida das pessoas com deficiência é a barreira atitudinal, ou seja, são as atitudes das pessoas. A partir do momento em que as pessoas se preocupam com o próximo, independentemente de deficiência ou não, a gente já está desconstruindo o capacitismo, já está facilitando a vida daquela pessoa, está trazendo-a para o meio. Assim, essa pessoa se torna cada vez mais digna e mais feliz e mais à vontade para viver em qualquer ambiente”, declarou.

O Correio da Manhã entrou em contato com STJ para saber quantas unidades há no tribunal. Segundo as informações, há três óculos, sendo que um fica na biblioteca para quem precisar utilizar e os outros dois estão distribuídos para os servidores com deficiência visual.

Os óculos custam aproximadamente R$ 20 mil e a obtenção atende à legislação de acessibilidade. A fonte também explicou que os óculos são como se fosse uma câmera fotográfica que consegue fazer traduções em tempo real.

A reportagem tentou entrar em contato com o Supremo Tribunal Federal (STF) para saber se este tribunal superior também possui a tecnologia, confirmaram que têm duas unidades na biblioteca.