Fogos de artifício irregulares são aprendidos no DF

A queima de fogos de artifício no final do ano é uma tradição em todo o Brasil, inclusive na capital. Apesar da beleza visual, os artifícios causam poluição sonora, que mais do que incômodas, são prejudiciais para pessoas com transtorno do espectro autista, animais e idosos. Neste período de final de ano, segundo informações da Polícia Civil do DF, foram aprendidos mais de 2,5 mil fogos de artifícios, sendo 1.390 em formato de foguete e 1.155 bomba.

A ação aconteceu em parceria com a auditoria da Brasília Ambiental. Além da apreensão, as empresas pagarão multa e foram autuadas pelo artigo 253 do Código Penal, que proíbe fabricar, fornecer ou adquirir elementos explosivos sem autorização das autoridades.

Segundo a lei distrital 6.647/2020 é vedado o manuseio, utilização e soltura de fogos ou qualquer artefato pirotécnico que ultrapasse 100 decibéis, sob pena de multa de no valor de R$ 2.500, podendo dobrar no caso de reincidência.

Autismo

O neurologista do Hospital de Base Maciel Pontes, em entrevista ao Correio da Manhã, explica que o barulho dos fogos pode ser angustiante para as pessoas com transtorno do Espectro Autista (TEA), especialmente aquelas com hipersensibilidade sensorial.

A Hipersensibilidade sensorial é uma característica comum em pessoas com TEA, em que estímulos sonoros, visuais ou táteis são percebidos de forma amplificada e intensa.

O especialista recomenda que os familiares e amigos ao redor forneçam um ambiente tranquilo, ofereçam fones que possam cancelar o ruído e objetos táteis, como brinquedos, para ajudar na ansiedade.

“No caso dos fogos, o ruído elevado, as vibrações e até mesmo as luzes podem sobrecarregar os sentidos, tornando o momento desconfortável ou insuportável. Essa condição varia de pessoa para pessoa, mas muitas vezes impacta significativamente o bem-estar e a qualidade de vida”.

Animais

A veterinária Grace Manyari explica que os animais têm a audição mais sensível e os fogos podem causar agitação, tremores e comportamento destrutivo. Ela destacou que, além dos cães e dos gatos, os cavalos também sofrem muito com os ruídos.

Grace recomenda que os tutores fechem a janela para diminuir o barulho, observem o animal para ele não se ferir, e respeite-o se quiser se esconder. Outra dica é utilizar algodão para abafar o som.