Mais assistência para o pré-Natal
Novas regras garantem que gestantes terão atendimento prioritário no SUS
O Diário Oficial do DF publicou na semana passada duas novas leis que aprimoram os programas de pré-natal para gestantes. A legislação estabelece a obrigatoriedade de novas diretrizes para a assistência psicológica durante a gestação, além de determinar a realização do teste de HTLV.
Ao Correio da Manhã, a ginecologista e obstetra Geovanna Melo, aposentada da Secretária de Saúde do DF, explica que o HTLV corresponde a sigla de “Vírus Linfotrópico de Células T Humanas”. Se caracteriza por uma patologia da mesma família do HIV que pode ser transmitida da mãe para o filho na gestação e durante o período da amamentação.
Ela destaca que não há cura para a doença, e que a prevenção é um enorme avanço no nosso sistema de saúde.
“Esse exame detectará a existência ou ausência de anticorpos específicos contra o vírus. Em caso positivo, a gestante receberá o tratamento adequado para que o bebê não seja infectado, como já fazemos, por exemplo, com o HIV”.
Saúde Mental
A partir dessa lei, está determinado que a gestante pode solicitar acompanhamento psicológico, em grupos ou não, durante toda a gestação, incluindo o trabalho de parto. Ainda, em caso de natimorto e nascimento de bebês com síndromes, a mãe deverá ser orientada por equipe multidisciplinar de forma prioritária.
Para a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, a implementação da iniciativa é um avanço na busca por uma abordagem mais integral e humanizada.
“É preciso ter em mente que as mulheres, que são as que mais cuidam, também precisam ser cuidadas”, aponta em nota.
Para a especialista obstetra, a assistência psicológica é essencial durante o pré-natal, uma vez que a gravidez é um momento de grandes mudanças que interferem na vida da mulher. Destaca que, se já existe uma pré-disposição, pode ser intensificado durante este período.
“Se a gestante já tem um diagnóstico psicológico pré-existente, possivelmente essa patologia será intensificada nessa fase, devido à grande alteração hormonal que se apresenta durante o período”, explica.
“Ter um psicólogo capacitado, realizando um acompanhamento profissional, vai ajudar a não escalonar patologias já existentes e a prevenir novas patologias, principalmente a depressão pós-parto. Resultando, assim, em benefícios para o binômio materno-fetal", continua.