Por Mateus Lincoln
O governo do Distrito Federal (GDF) implantou uma célula presencial de inteligência em Brasília para intensificar a segurança na cidade.
A estrutura foi estabelecida em dezembro, no prédio da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) e reúne equipes de inteligência de órgãos distritais e federais. A célula monitora redes sociais e identifica movimentações suspeitas, focando em ações preventivas contra possíveis ações extremistas.
Alexandre Patury, secretário-executivo de Segurança Pública, afirmou à Agência Brasília que a iniciativa tem mostrado bons resultados. Ele explicou que a troca de informações entre os órgãos, quando realizada fisicamente, é muito mais rápida.
A estrutura, que era só até 12 de janeiro, pode se tornar permanente, devido à eficácia observada. Em casos específicos, como o do 7 de setembro, a célula era montada apenas por 48 horas. Mas, com o cenário de 2024, a manutenção prolongada tem se mostrado eficaz.
Patury também ressaltou que, embora não tenham sido identificadas novas ameaças, o trabalho de vigilância segue para garantir a segurança da população.
A ação é parte de uma estratégia maior implementada após tentativa de ataque a bomba contra o Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro do ano passado.
Rodrigo Cardoso, chefe da Assessoria de Inteligência e Informações Estratégicas da Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF), elogiou a criação da célula à reportagem do Correio.
"As redes sociais frequentemente desempenham um papel central na organização ou disseminação de informações que podem levar a incidentes críticos. Por isso, a integração entre os órgãos é essencial, permitindo monitorar e interpretar os sinais emitidos nesses ambientes, promovendo ações preventivas.", afirmou.
Cardoso também mencionou que o trabalho preventivo fortalece a democracia, garantindo maior estabilidade à capital. Ele acredita que é fundamental que as novas tecnologias sejam implementadas.
"Ferramentas inteligentes conseguem identificar palavras-chave e comportamentos que possam indicar intenções de ataques ou disseminação de discursos de ódio direcionados às sedes dos poderes ou à democracia", concluiu.
Um exemplo recente do sucesso da célula foi a prisão de Lucas Ribeiro Leitão, que, em dezembro, foi detido por tentar planejar um ataque em Brasília.