Bombeiros do DF relatam missão no Tocantins
Mergulhadores de Brasília enfrentam desafios em buscas
Por Mateus Lincoln
Retornou a Brasília a equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) que participou das operações de mergulho no rio, localizado na divisa entre Maranhão e Tocantins, após a queda da Ponte Juscelino Kubitschek.
Os agentes foram solicitados pelo Corpo de Bombeiros do Maranhão para atuar no resgate que foi coordenado pela Marinha do Brasil. Desde o início das operações, os esforços foram realizados em conjunto com bombeiros de cinco estados e outros órgãos municipais.
O capitão Ramon Lauton, chefe da Companhia de Salvamento Aquático do CBMDF, conduziu a missão e contou ao Correio da Manhã que saíram de Brasília em 31 de dezembro e, após 22 horas de viagem, chegaram ao local onde já iniciaram a operação.
"Atuamos em consecutivos mergulhos e, do dia em que iniciamos até o dia em que concluímos a missão, 14 dos 17 desaparecidos foram encontrados, além dos veículos que foram retirados da água. Fruto do empenho de todas as equipes", relembrou o capitão.
Os perigos iam além da profundidade do rio, que chegava aos 45 metros, já que as carretas que haviam afundado carregavam agrotóxicos. Uma delas, inclusive, teve o compartimento rompido, liberando a carga de ácido sulfúrico e contaminando a água.
"Nós mergulhamos cientes destes perigos e, por isso, ao longo das ações, tivemos de manter atenção redobrada", reconheceu ele.
A forte correnteza do Rio Tocantins dificultava os mergulhos. Além disto, nas proximidades havia uma represa que, devido às chuvas, liberava uma grande quantidade de água para gerar energia elétrica.
"O arrasto era muito forte e acabava varrendo o fundo do rio. As condições não estavam favoráveis e a Marinha decidiu interromper buscas", disse.
Os brasilienses foram recebidos pelos familiares no fim da tarde de quinta-feira (9).
Recentemente, a Marinha retomou as buscas pelos 3 desaparecidos restantes após o Consórcio Estreito Energia (CESTE), responsável pela represa, comunicar que poderia conter a vazão por alguns dias.
Dos 18 envolvidos no acidente, uma vítima foi resgatada com vida e 14 corpos foram localizados. As causas seguem sendo investigadas.