Por: Thamiris de Azevedo

Distritais denunciam falhas no atendimento de oncologia no DF

Relatório aponta carência de poltronas e outros equipamentos | Foto: Divulgação/Iges-DF

Relatório elaborado pelo Consultoria Técnico-Legislativa de Fiscalização, Controle, Acompanhamento de Políticas Públicas e Contas Públicas e Execução Orçamentária (Conofis), apresentado na Câmara Legislativa do DF (CLDF), aponta escassez no Sistema Único de Saúde do DF (SUS-DF) no atendimento de pessoas com câncer. Segundo o estado, há no DF 7,3 mil novos casos a cada ano.

Atualmente, a fila de espera soma mais de 10 mil usuários aguardando consultas em especialidades como oncologia clínica, mastologia, ginecologia oncológica, radioterapia e urologia.

Carência

Na íntegra do documento, acessado pela reportagem, consta que para atender à demanda do DF, seriam necessárias sete unidades de Alta Complexidade (Unacon) ou Centros de Alta Complexidade em Oncologia (Canon). Mas há somente quatro, resultando em uma carência de três unidades.

“Além das 176 Unidades Básicas de Saúde do DF que devem atuar mais especificamente na prevenção e no rastreamento do câncer e na rede de policlínicas que ofertam consultas e exames, no que diz respeito à oncologia clínica, o DF possui três hospitais habilitados como Unacon. Já no âmbito de do Canon, o DF conta com uma unidade”.

Os dados apontam que 70% dos usuários diagnosticados com câncer precisam do tratamento de quimioterapia, considerando 4,9 mil usuários diagnosticados por ano, dos auais 3,4 mil precisam fazer uso de poltrona para quimioterapia, resultando em 290 por mês.

Uma poltrona atende a três pacientes por dia. A estrutura atual, portanto, totalizaria 129 atendimentos mensais. O número é insuficiente para a demanda, constatando a necessidade de mais 53 poltronas para quimioterapia ambulatorial: 123% a mais. Atualmente há 43 equipamentos, sendo necessário, no mínimo, 96.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) nomeou, em 20 de fevereiro, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior como o novo secretário da saúde do DF. O médico era diretor do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges) até o convite do governador.

Cleber Monteiro é o nome indicado por Ibaneis para assumir a direção do Iges. A confirmação depende de aprovação pela CLDF, em sessão prevista para acontecer depois o Carnaval.