Em reportagem exclusiva publicada em 5 de março, o Correio da Manhã entrevistou a irmã de Christopher de Carvalho, vítima de um acidente fatal em Londres. O brasiliense, que residia no Gama antes de se mudar para a Inglaterra, perdeu a vida em outubro de 2023, ocasião em que foi atingido por uma viatura policial que ultrapassou o sinal vermelho. Após a divulgação da sentença, a irmã, Thaísa Guedes, demonstrou indignação com a pena considerada branda.
A justiça de Londres condenou Ian Brotherton a seis meses de prisão, suspensa por 18 meses,150 horas de trabalho voluntário e suspensão de dirigir por 30 meses.
Nova audiência, no entanto, foi realizada e, em 24 de março, a Independent Office for Police Conduct (IOPC), responsável pelo caso, divulgou atualização sobre a situação. A Polícia Metropolitana concluiu que o policial havia violado os padrões de comportamento profissional da corporação. Em decorrência de sua má conduta, o policial foi demitido e incluído na lista de pessoas impedidas de exercer funções policiais.
Justiça
À reportagem, Thaísa destaca que a imprudência do policial tirou a vida de um jovem de 26 anos, e que embora a demissão não vá trazer ele de volta, a família sente que a justiça foi feita.
“É muito positivo não só para nossa família, mas para outras pessoas que passam por situação igual ou semelhante à nossa. Nosso coração ficou aflito de pensar que depois de uma suspensão ele voltaria a dirigir uma viatura da polícia”, afirma.
“Que isso sirva de alerta para os policiais de lá entenderem que não estão tão amparados pela lei. Os erros deles também custam caro, assim como custou para nossa família. Não vai trazer o meu irmão de volta, mas foi uma forma de justiça. Mesmo a gente estando tão distante, conseguimos fazer barulho lá. A partir de hoje, a gente encerra um processo e segue com o coração mais aliviado”, desabafa.
O advogado da família, Marcos Mansilha, ao Correio da Manhã destaca que o processo foi extremamente difícil. Conta que foi impedido de acessar os atos processuais e participar das audiências. Ressalta que na última, quando conseguiria participar, o e-mail enviado não informou o horário correto. Para ele, as decisões não foram justas.
“Não sabemos sequer se as declarações redigidas pelos familiares foram lidas pelo juiz responsável, o que gerou grande sentimento de injustiça e frustração entre os envolvidos”.