Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) identificaram partículas de plástico no Lago Paranoá, principal reservatório da capital federal.
O trabalho, financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAPDF), aponta que as maiores concentrações estão próximas a estações de tratamento de esgoto.
As análises mostram que, além do esgoto, a chuva arrasta resíduos urbanos para o lago.
Apesar da contaminação, os níveis são menores que em outros corpos d'água brasileiros.
De acordo com a FAPDF, para chegar a esses resultados, os cientistas coletaram amostras usando redes especiais e filtros. No laboratório, o material passa por processos para separar e identificar os fragmentos.
As partículas são analisadas com microscópios e equipamentos que detectam sua composição química.
O estudo também investiga como esses resíduos interagem com medicamentos e outros poluentes na água.
Dados internacionais indicam que animais aquáticos podem ingerir essas partículas, causando problemas digestivos e intoxicação. No DF, ainda não há pesquisas sobre como isso afeta a fauna local.
Especialistas alertam que mesmo sistemas avançados de tratamento não eliminam completamente o problema.
Entre as soluções sugeridas estão melhorias no saneamento, aumento da reciclagem e redução do uso de descartáveis.
O DF tem bons índices de tratamento de esgoto, mas enfrenta dificuldades no gerenciamento de lixo. Apenas parte da população separa materiais para coleta seletiva.
Os resultados podem ajudar na criação de leis para controlar esse tipo de poluição.
Ainda segundo a FAPDF, o Brasil é um dos maiores produtores de plástico, mas recicla menos de 5% do material.