Polícia investiga corrupção no Detran-DF
Em menos de um mês, polícia deflagra duas operações contra servidores do órgão

A Polícia Civil do DF (PCDF) deflagrou, nesta segunda-feira (17), nova operação para apurar esquema de corrupção e irregularidades de servidores do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran/DF). A investigação está sendo realizada pela 18ª Delegacia de Polícia de Brazlândia em colaboração com a Corregedoria do órgão de trânsito.
Segundo informações da PCDF, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão contra dois servidores das unidades de Brazlândia e do Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA). Durante o ato, foram apreendidos documentos, computadores, celulares e dispositivos eletrônicos que podem conter provas do crime.
Suspeitas
A polícia afirma que as suspeitas começaram a partir de denúncias registradas na Ouvidoria do Distrito Federal, quando pessoas denunciaram dois servidores do Detran que estariam emitindo Autorizações para Transferência de Propriedade do Veículo (ATPV-e) sem a exigência da documentação obrigatória.
Segundo as investigações, os envolvidos recebiam aproximadamente R$ 50 para cada documento emitido de maneira irregular. Foram identificadas 14 transações envolvendo compra e venda de veículos por um dos suspeitos, reforçando os indícios de atividade econômica irregular por parte do servidor público.
A polícia elenca que os suspeitos estariam cometendo advocacia administrativa, corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistema de informações e condescendência criminosa. Há um terceiro suspeito em investigação.
Há menos de um mês, em 1º de março, a PCDF já tinha deflagrado outra operação contra outro servidor do Detran.
Na ocasião, a Operação Transitare cumpriu busca e apreensão relacionada à apuração da conduta de um servidor de carreira do Núcleo de Atendimento de Veículo do Detran/DF, que teria recebido vantagem financeira indevida.
O funcionário é suspeito de ter realizado, sem os devidos trâmites legais, mais de cem transferências veiculares de compra e venda a pedido de uma agência de revenda automobilística.
Segundo o Detran, todos os investigados foram afastados. A reportagem tentou mais informações sobre os dois casos. “O órgão mantém o sigilo necessário para preservar o andamento do inquérito”, diz nota do Detran ao Correio da Manhã.