A primeira reunião ordinária da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Rio Melchior aconteceu, nesta quinta-feira (3), na Câmara Legislativa do Distrito Federal. A reunião contou com a presença da presidente da CPI, Paula Belmonte (cidadania), do relator Daniel Donizet (MDB), do distrital Rogério Morro da Cruz (PDB), representantes da Polícia Civil do DF e membros da sociedade civil.
Durante a abertura, Belmonte relatou que teve seu primeiro contato com o Rio Melchior em 2019, quando ainda era deputada federal, após ser procurada pelos moradores que expressaram preocupação com a situação. Ela explicou que o rio está classificado com nível de poluição da classe 4. Essa é a pior condição prevista em termos de qualidade da água, que seria imprópria para banho e consumo. No entanto, um estudo realizado pela Universidade de Brasília (UnB) indica que os efluentes presentes no rio estão em níveis muito superiores à sua classificação, agravando ainda mais a situação.
Segundo Paula Belmonte, a intenção da CPI é, acima de tudo, trazer uma proposição de boas práticas para o uso das águas do Rio Melchior.
“Hoje, o aterro sanitário é praticamente do tamanho de um prédio de 20 andares, e é preciso um manejo consciente”, ressalta.
Termelétrica
A presidente também mencionou a proposta de exploração das águas para a construção de uma Usina Termelétrica em Brasília, que vem sendo tema de diversas reportagens do Correio da Manhã. Ela se comprometeu a analisar a situação com rigor técnico, visando sempre o melhor para o DF. Belmonte solicitou o apoio da comunidade na mobilização para a formação de grupos de trabalho e enfatizou que a CPI tem o potencial de se tornar um marco de sustentabilidade.
Próximo passos
A presidente anunciou que solicitou esclarecimentos sobre a degradação do Rio Melchior para o secretário de Meio Ambiente, Gutemberg Gomes; o subsecretário de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos da Secretaria de Meio Ambiente, Luciano Pereira Miguel; o presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), Raimundo da Silva Ribeiro Neto; a superintendente de Fiscalização, Auditoria e Monitoramento do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Distrito Federal (Ibram), Simone de Moura Rosa; e a superintendente de Licenciamento Ambiental do Ibram, Nathália Lima de Araújo Almeida.
Na próxima quinta-feira (10), está agendada uma sessão deliberativa para votar requerimentos e apresentar o plano de trabalho do relator. Segundo a CLDF, as reuniões da CPI serão quinzenais.