Pesquisa apoiada pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) revelou que vinhos produzidos no Cerrado do Distrito Federal têm qualidade superior a rótulos consagrados da França, Itália e outros países.
O estudo, coordenado pelo Instituto Federal de Brasília (IFB), analisou a variedade Syrah e mostrou concentração mais alta de compostos benéficos à saúde e ao sabor.
A FAPDF investiu R$ 1,5 milhão no projeto. As análises foram feitas em laboratório especializado no Rio Grande do Sul, seguindo padrões internacionais. Os resultados indicam que os vinhos da região têm até quatro vezes mais resveratrol, antioxidante ligado à saúde cardiovascular, comparado a produtos franceses e italianos.
Além disso, as uvas cultivadas no DF apresentaram maior quantidade de antocianinas, responsáveis pela cor intensa, e taninos, que garantem estrutura à bebida.
A técnica da dupla poda, adaptada ao clima local, foi essencial para o amadurecimento ideal das frutas.
Os pesquisadores buscam agora criar a primeira Indicação Geográfica do Brasil com base em critérios laboratoriais. O objetivo é garantir autenticidade e valorizar a produção.
A Vinícola Brasília, uma das principais do DF, já comercializa rótulos reconhecidos e planeja expandir sua estrutura.
O estudo é resultado de mais de 20 anos de trabalho. Iniciativas anteriores, como o projeto Vinhas Brasília, apoiado pela FAPDF em 2021, ajudaram a consolidar a vitivinicultura na capital.
A Syrah, uva mais adaptada ao Cerrado, se destacou pela resistência e qualidade. Com os dados, a região se firma como nova referência na produção de vinhos finos. Os resultados abrem caminho para o reconhecimento internacional.
