Por:

Satélite da UnB irá fiscalizar o Cerrado e a Amazônia

A Universidade de Brasília (UnB) está desenvolvendo uma nova missão espacial para monitorar alterações ambientais na Amazônia e no Cerrado.

A ação, segundo a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), faz parte do projeto Sistema Perception, que terá como principal ferramenta o satélite Perceive.

A iniciativa busca coletar e analisar dados sobre clima, solo e vegetação. O projeto é coordenado pelo Laboratório de Simulação e Controle de Sistemas Aeroespaciais (LODESTAR), da UnB.

A FAPDF financiou o início da pesquisa com R$ 1,5 milhão por meio do edital Learning Tech. O desenvolvimento do Perceive acontece em colaboração com a Universidade de Vigo, na Espanha, e a empresa europeia Alén Space.

Ainda segundo a FAPDF, a estrutura da missão inclui sensores em solo que medem temperatura, umidade e qualidade do ar. Esses dados serão enviados para o satélite, que os retransmite para centros de pesquisa, mesmo em locais sem acesso à internet.

Os dados serão processados por uma plataforma digital com uso de inteligência artificial.

A iniciativa busca aprimorar o monitoramento ambiental com dados atualizados que possam auxiliar políticas públicas. No Amazonas, torres de medição serão usadas em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Já no Cerrado, o foco será a análise de solo e recursos hídricos.

O Perceive é uma continuação do projeto AlfaCrux, primeiro nanossatélite 100% desenvolvido com recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa.

Lançado entre 2022 e 2024, ele foi construído por equipe da UnB e operou por dois anos, completando mais de 10 mil voltas ao redor da Terra antes de se desintegrar na atmosfera.

A experiência com o AlfaCrux capacitou mais de 30 estudantes e pesquisadores. O Perceive deve ampliar essa formação com a participação de especialistas em engenharia, biologia, geociências, computação e administração. A equipe atual conta com 32 integrantes.

Os testes da nova missão estão sendo feitos com o FlatSat, uma réplica do satélite que permite simulações no solo.

A tecnologia utiliza sistemas semelhantes aos usados na internet das coisas, adaptados ao ambiente espacial.