Oitavo feminicídio este ano preocupa o DF
Em 10 dias, três crimes foram consumados na capital

Recorrente no Distrito Federal, a violência contra a mulher preocupa as autoridades. No fim de semana, aconteceu o oitavo femincídio somente este ano na capital do país. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP), nos últimos dez anos aconteceram 215 feminicídios no DF. A maioria motivada por ciúmes.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) encontrou o corpo de uma mulher, entre 30 e 35 anos, na última sexta-feira (4), próximo à DF-001 na região do Paranoá. Segundo as autoridades, o cadáver estava envolto em um cobertor e apresentava sinais de estrangulamento, com evidências de que a morte ocorrera há alguns dias. O suspeito foi preso por crime confesso. Ele detalhou a forma cruel a qual matou a vítima e como ocultou o corpo para dificultar sua localização.
O sétimo caso aconteceu na mesma semana. No dia 2, a PCDF prendeu autor de feminicídio em uma área rural de Planaltina, após quase 10 dias do sumiço do corpo da vítima. Ocasião em que o suspeito confessou parcialmente o crime.
Em 25 de maio ocorreu mais um caso no Jardim Botânico. Uma mulher de 46 anos veio a óbito, depois de um ataque com arma branca. O suspeito foi encontrado ferido e encaminhado para o hospital, sob a custódia policial.
Programas
Preocupada com a situação, a SSP destaca os programas de combate à violência contra a mulher e ressalta que é uma de suas prioridades.
Segundo a secretaria, o eixo "Mulher Mais Segura", do programa “Segurança Integral”, concentra medidas preventivas e tecnologias voltadas para a proteção e o enfrentamento da violência contra a mulher. Uma das iniciativas é o incentivo à denúncia como meio de interromper o ciclo de violência, permitindo que a rede de apoio possa agir de maneira mais eficiente.
Além disso, o Programa Viva Mais Flor acopla a tornozeleira do agressor a um aplicativo de georreferenciamento, disponível para a vítima e autoridades. Quando se aproxima, é emitido um alerta. Segundo dados, até março deste ano, 604 casos estavam sob monitoramento.
“As duas delegacias especiais de atendimento à mulher, Deam I e II, localizadas na Asa Sul e em Ceilândia, podem distribuir os dispositivos de proteção para as vítimas”, afirma nota.