Por: Mayariane Castro

Companhia de dança representa Brasília na Noruega

Frevo e outras danças brasileiras em Oslo | Foto: Divulgação

A Transições Companhia de Dança e Artes, criada e residida em Planaltina, se tornou a primeira companhia de dança do Distrito Federal a fazer parte do Coda, festival internacional de dança contemporânea em Oslo, capital da Noruega. O grupo foi um dos selecionados do edital Programa Conexão Cultura DF, ofertado pela Secretaria de Cultura do Distrito Federal.

A companhia, que hoje é referência no cenário cultural do DF, foi contemplada com o recurso advindo do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) para o seu primeiro intercâmbio cultural internacional. O diretor e idealizador da companhia explica que o grupo já realizou outros trabalhos do gênero com apoio do fomento. A Transições já viajou duas vezes para a cidade do Recife, capital de Pernambuco, berço das inspirações e trabalhos da companhia.

“É olhar pra trás com muita emoção e muito zelo pelo caminho que trilhamos, pela jornada que tivemos até chegarmos onde estamos hoje. A vontade era de poder levar o grupo inteiro junto nessa experiência única e especial que tivemos” relatou o diretor Lehandro Lira. “Hoje contamos com um elenco de mais de 20 pessoas e fomos apenas quatro nesta primeira vez. É surreal, é sem palavras conseguir descrever essa oportunidade, essa viagem que a gente conquistou com muito trabalho e luta. Isso é só uma das provas de que a arte e a dança abrem portas incríveis e únicas para nós que somos artistas”.

Lehandro ainda acrescenta que este não é o único projeto internacional da companhia e que o próximo ano será recheado de intercâmbios e trocas entre grupos. Ele afirma que haverá outras tentativas de levar outros integrantes do grupo a outros destinos pelo mundo para levar a arte e a cultura popular brasileira para o mundo e outros palcos.

Vivências

Kênia Cavalcante, uma das integrantes da companhia, participante da viagem, comenta que foi requisitada por participantes do evento para ensinar algum estilo de dança brasileiro. Nas redes sociais, a bailarina postou um vídeo onde ensinava forró para um norueguês e outro onde ela e os outros integrantes do grupo presentes dançavam por uma projeção de imagens sem música e algumas pessoas paravam para assistir.

A Cia Transições não foi apenas para estar presente no evento, mas também aproveitou a oportunidade para levar parte do trabalho da companhia de danças populares brasileiras para outro continente. Kênia enfatiza como o trabalho do grupo é visivelmente marcante e que a identidade visual artística do grupo marca onde o trabalho é levado, sendo extremamente característico e lembrado.

“Seja por uma blusa que representa um espetáculo nosso, seja por uma maquiagem, um cabelo, mesmo que seja algo pequeno para nós, para eles é algo muito grande e admirável. Andando pelas ruas, mais de uma pessoa me parou para elogiar os ‘baby hairs’ que eu havia arrumado e o aplique que usamos para dançar a coreografia que eu estava representado. O grupo sempre buscou se preocupar com as aparências porque sabemos que a primeira coisa que um desconhecido vê é a aparência antes de falar conosco, então é um cuidado necessário”, explicou a bailarina.

Festival Coda

O Festival Coda foi criado em 2002 pelos coreografos Lise Nordal e Odd Johan Fritzøe e, atualmente, é o maior festival do gênero nos países nórdicos. O evento possui parceria com cinco instituições da cidade que buscam inovar e transformar a ocasião em um local onde a dança e as artes estejam presentes além do palco, com a inclusão de flashmobs, instalações pelo teatro e pelas ruas de Oslo, por exemplo.

Para participar do evento enquanto público, não é necessário enviar nenhum tipo de inscrição, porém a equipe diretiva do evento incentiva os grupos a enviarem emails se apresentando e divulgando seu trabalho para que possam ser recepcionados de uma forma mais amigável. Aos grupos que são convidados para se apresentar, a equipe explica que é possível apenas através de convites diretos após os diretores assistirem a o trabalho presencialmente e criarem um vínculo com o diretor da companhia em questão.