O projeto "Sagrado Riso - O Poder da Palhaçaria na Humanização Hospitalar - 2ª edição" busca dar continuidade a um programa artístico de formação e profissionalização voltado para a atuação de palhaços em hospitais. A iniciativa tem como objetivo a capacitação de 20 artistas para o atendimento a pacientes e profissionais de hospitais públicos no Distrito Federal, promovendo a humanização e o bem-estar por meio da arte da palhaçaria.
A proposta do projeto é realizar uma formação profissional gratuita para os participantes, que será dividida em três etapas: capacitação (52 horas), estágio probatório (32 horas) e profissionalização (126 horas). Esta edição visa retomar as atividades suspensas pela pandemia de covid-19, oferecendo uma formação qualificada para os artistas, ao mesmo tempo em que garante a continuidade das ações artísticas em hospitais públicos da capital.
Além da formação, o projeto oferece apresentações artísticas nos hospitais, com foco na humanização do atendimento e no suporte a pacientes e funcionários. A ação inclui recursos de acessibilidade, como intérprete de Libras e a inclusão de artistas com deficiência no grupo de profissionais. Também está prevista a documentação das atividades, com o objetivo de sensibilizar o público e gestores públicos sobre a importância da arte no contexto hospitalar.
Com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, o projeto "Sagrado Riso" fortalece a relação entre cultura e saúde pública, incentivando o uso da arte como ferramenta de transformação social e melhoria da qualidade de vida dos pacientes. O impacto das ações artísticas nos hospitais vai além do entretenimento, funcionando como um auxílio psicológico para aqueles que enfrentam situações difíceis, como o internamento hospitalar.
Humor para humanos
O uso da palhaçaria em ambientes hospitalares tem se mostrado eficaz na promoção de bem-estar, tanto para os pacientes quanto para os profissionais da saúde. O Grupo Sagrado Riso, responsável pela realização do projeto, atua no Distrito Federal há 18 anos, desenvolvendo pesquisas sobre o impacto da palhaçaria no campo da saúde. A presença de palhaços capacitados tem mostrado resultados positivos, como a redução do tempo de internação de pacientes e o aumento do conforto e alegria durante o período de tratamento.
O projeto não só promove a humanização no atendimento hospitalar, mas também trabalha com a formação profissional de palhaços, criando indicadores que demonstram os benefícios da arte na saúde pública. O estudo e a aplicação da palhaçaria hospitalar envolvem a aprendizagem de técnicas clássicas e populares do ofício, bem como a adaptação dessas práticas ao ambiente hospitalar, levando em consideração questões de segurança e os protocolos de prevenção de infecção.
A primeira edição do projeto foi realizada entre 2016 e 2018, quando o Grupo Sagrado Riso foi contemplado com o Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do Distrito Federal. Naquela edição, 40 artistas foram formados e realizaram visitas artísticas em quatro hospitais públicos da cidade. Embora o apoio do FAC tenha sido encerrado em 2018, as atividades continuaram de forma independente até que a pandemia interrompesse as ações em 2020.
Com a retomada das atividades na segunda edição, o projeto visa ampliar a formação de palhaços e a realização de ações artísticas nos hospitais públicos, que já somam mais de 200 horas de visitas artísticas desde o início da primeira edição. O trabalho também se estende para a rua, por meio da ação "Ocupa Clown", que funciona como uma metodologia de finalização da formação dos artistas.
Acessibilidade
A formação oferecida no projeto envolve o estudo aprofundado do arquétipo do palhaço, da história da palhaçaria e do circo, além de práticas de segurança e protocolos de saúde, como prevenção de acidentes e riscos de infecção cruzada. A formação técnica busca também ensinar os métodos de aplicação das técnicas de palhaçaria em ambientes hospitalares, com ênfase na necessidade de adaptação ao contexto de saúde e aos diferentes públicos atendidos.
Além das atividades de formação e atuação em hospitais, o projeto tem investido em ações de acessibilidade, visando garantir que todas as pessoas possam ter acesso às informações e à arte. O material gráfico gerado pela iniciativa conta com recursos de acessibilidade, como a utilização de QR Codes, audiodescrição e o serviço #pracegover, que descreve as imagens para deficientes visuais.