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Aos 60 anos, aluno ingressa em curso de Química

José Francisco dos Santos Caetano realizou o sonho de estar na universidade | Foto: Michele Becker/Governo de Sergipe

Com o aumento da expectativa de vida e da longevidade dos brasileiros, uma nova tendência emerge na sociedade. Indivíduos anteriormente classificados como idosos descobrem uma energia renovada e uma capacidade de perseguir novos objetivos. José Francisco dos Santos Caetano, aluno do Programa Pré-Universitário (Preuni) da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura de Sergipe (Seduc), é uma dessas pessoas. Aos 60 anos, irá ingressar no primeiro período do curso de licenciatura em Química na Universidade Federal de Sergipe (UFS).

"Toda a vida eu tive o desejo de estudar na universidade, mas confesso que, em alguns momentos, cheguei a pensar que seria impossível, enquanto em outros momentos, sentia que o meu sonho estava cada vez mais próximo de se tornar realidade. Hoje, aos 60 anos de idade, estou me sentindo pleno, pois consegui chegar aonde queria", comenta, emocionado.

Criado na zona oeste de Aracaju, José Francisco interrompeu seus estudos após a conclusão do ensino fundamental para buscar emprego em São Paulo, onde atuou como motorista de caminhão, agente de saúde da extinta Sucam, construção civil e alfabetizador comunitário.

Dentre todas as atividades, foi o trabalho como alfabetizador comunitário que mais lhe proporcionou satisfação. "Me considero uma pessoa comunitária, que gosta de cuidar daqueles que estão à minha volta. E, quando a gente está dentro de uma comunidade, precisa passar conhecimento. Só que um dia eu comecei a me questionar: 'como eu posso ser um alfabetizador comunitário, sendo eu um semianalfabeto?'".

Foi aos 49 anos que José Francisco decidiu retomar seus estudos por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA). "Após concluir o ensino básico, o desejo de ingressar na universidade ressurgiu com força total", relembra

Em 2015, José Francisco regressou a Sergipe e, em 2019, tomou conhecimento do programa Preuni da Seduc por meio de um telejornal local. Hoje, José Francisco é só felicidade com sua conquista.

"Como eu fui alfabetizador comunitário, marquei como primeira opção Pedagogia, mas não tive nota suficiente para a linha de corte do curso. Então, resolvi garantir a minha vaga na UFS com a minha segunda opção, pois, refletindo melhor, percebo que uma licenciatura em Química também me permitirá ser professor", comemora o futuro educador.

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