Operação Hades: 50 são detidos em ação policial

Ação contra o narcotráfico aconteceu em 17 estados

Por

Organizações criminosas movimentaram mais de R$ 300 milhões

A Secretaria de Segurança Pública de Alagoas apresentou na última quinta-feira (1°) um balanço parcial da megaoperação Hades. A ação integrada, desencadeada em 17 estados, resultou na prisão de 50 pessoas ligadas a duas organizações criminosas, atuantes principalmente no tráfico de entorpecentes e lavagem de dinheiro.

Os dados revelam a apreensão de diversos bens, incluindo mais de dez carros de luxo, 60 relógios, jóias, dezenas de dispositivos eletrônicos, um cofre, milhares em cédulas de reais e pesos colombianos. A ação, ainda em curso em estados como Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e São Paulo, também resultou na apreensão de uma embarcação, um jet-ski, armamentos, como fuzis, carabinas e pistolas, e mais de 110 quilos de drogas, além de uma aeronave.

O diretor de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) da Polícia Civil, delegado Igor Diego, afirmou que a aeronave pertence a uma empresa de táxi aéreo do Amazonas e já foi flagrada anteriormente transportando cargas e drogas. "Essa aeronave, em outra ocasião, já foi também flagrada como transporte de cargas e drogas. O proprietário dela, de forma suspeita, teve em um pouco espaço de tempo um crescimento financeiro muito grande, o que leva, diante das investigações, a acreditar que todos os valores investidos na empresa para compra de aeronaves eram advindos do crime", afirmou.

As investigações, iniciadas em março de 2021, revelaram movimentações financeiras superiores a R$ 300 milhões em contas bancárias. Membros das organizações criminosas investigadas ostentavam um elevado padrão de vida, conforme apontam as apurações. O chefe-geral de Inteligência da SSP, delegado Gustavo Henrique, informou que a operação ataca o poderio financeiro dos infratores, descapitalizando e desmonetizando suas atividades.

"A partir do acompanhamento dos dois casais, que coordenavam o tráfico especialmente em bairros de Maceió, nós conseguimos chegar aos distribuidores de drogas em estados como São Paulo e Pará e aos fornecedores que são de regiões fronteiriças com os maiores produtores de drogas do mundo", informou.

O delegado declarou que, ao término das investigações, buscará a decretação definitiva da perda dos bens adquiridos.