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PI lidera degradação na Mata Atlântica

O Piauí emergiu como o principal protagonista do desmatamento na Mata Atlântica, conforme dados divulgados pela Fundação SOS Mata Atlântica nesta terça-feira (21). Com 42% do desflorestamento total registrado entre 2022 e 2023, o estado revela uma tendência oposta ao panorama nacional, que observou uma redução de 27% no desmatamento no mesmo período.

Dois municípios piauienses, Manoel Emídio e Alvorada do Gurguéia, são os epicentros do desmatamento, representando 95% da área devastada no estado e liderando a lista dos 10 municípios com maiores áreas desflorestadas em todo o Brasil.

Enquanto a maioria dos estados registrou uma diminuição no desflorestamento, o Piauí e outros três estados, Ceará, Mato Grosso do Sul e Pernambuco, concentraram 90% do desflorestamento nacional. O Piauí registrou 6.192 hectares devastados, quase o dobro da segunda colocada, Minas Gerais, com 3.193 ha, que, no entanto, apresentou uma redução em comparação aos anos anteriores.

O aumento das derrubadas em regiões de transição de biomas e encraves, principalmente no Cerrado e na Caatinga, impulsionou o desmatamento, sobretudo em áreas de expansão agrícola.

A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semarh) informou que embargou 99% dos alertas ilegais de 2022 e 2023 em áreas de mata atlântica no estado, além de outras ações de combate à situação.

Em nota, a pasta informou que tem "atuado fortemente em parceria com diversas esferas, seja em nível estadual ou federal, e até mesmo com a sociedade civil organizada, como é o caso da ONG Mapbiomas, com a qual se tem buscado soluções para aprimorar cada vez mais a transparência acerca das informações que orbitam a questão do desmatamento no estado."

O Piauí, único estado do Matopiba a reduzir o desmatamento, tem buscado soluções em parceria com diversas esferas, incluindo instituições estaduais, federais e a sociedade civil organizada, para aprimorar a transparência nas informações relacionadas ao desmatamento.