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Agricultura cresce em SE com novas tecnologias

No sertão sergipano, a chegada da tecnologia de irrigação marca uma nova era para os agricultores de Canindé do São Francisco, Itabaiana, Lagarto, Malhador, Areia Branca, Riachuelo e Tobias Barreto. Coordenada pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), a iniciativa transformou 1.826 lotes antes improdutivos em áreas férteis, beneficiando diretamente 14.003 moradores da região.

O sistema de irrigação, composto por adutoras, canais e bombeamento, possibilita o cultivo diversificado, incluindo feijão-de-corda, milho verde, aipim, hortaliças e batata-doce. No perímetro de Canindé do São Francisco, no sertão sergipano, produtores como José Celso declararam que suas vidas foram modificadas após a chegada da tecnologia.

"Comecei a ser assistido em 1988. Minhas goiabas vão para todas as regiões de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Vivo exclusivamente da produção. É com o que sustento minha esposa e meus dois filhos. Inclusive, uma delas faz faculdade em Recife com os recursos da minha roça. Minha esposa e um funcionário que contrato por temporada me ajudam na lida", disse o produtor.

Produção e sustento

Entre as culturas oriundas do perímetro irrigado nos municípios contemplados estão o feijão-de-corda, o milho verde, aipim, hortaliças, batata-doce, entre pelo menos mais 15 espécies no estado. Em sua propriedade, José dos Santos, que prefere ser chamado de Duda, como é mais conhecido, produz quiabo há anos, mas desta vez decidiu introduzir o maracujá. "É daqui que tiro o sustento de minha família. Sou casado e tenho um filho. Tudo que produzo vendo para Aracaju. É a primeira vez que estou produzindo maracujá. O quiabo já tenho mais experiência", informou o agricultor, que contrata um funcionário no período de safra para auxiliá-lo na colheita. "Antes do perímetro ninguém produzia nada aqui, porque só passou a ter água depois da tecnologia. Antes isso aqui tudo era seco", recordou.

Os técnicos da Coderse orientam os produtores quanto ao cultivo mais apropriado em cada época ou estação do ano, levando em conta o clima, o mercado local, as safras de outros polos de produção, a potencialidade do solo e tecnologia de irrigação empregada.

"A Divisão de Agronegócio assessora os grupos associativos na formalização das entidades e na composição de projetos/propostas aos Programas de Aquisição de Alimentos (modalidade doação simultânea) e PNAE. Durante a vigência dos contratos de fornecimento de alimentos, os técnicos agrícolas auxiliam no planejamento das safras para atender o que foi acordado nas propostas e a Divisão de Agronegócio auxilia na prestação de contas de cada entrega", elucidou Paulo Sobral.

Edileide Martim produz acerola e quiabo. "Envio tudo para Aracaju. Demos uma parada agora, por causa do período chuvoso".

Ivonaldo Lima gerencia uma propriedade de abóboras, em Canindé. "Às vezes variamos para quiabo. Com a introdução do perímetro irrigado muito ajudou na produção. Mudou nossa forma de trabalhar. Ficou mais fácil. Tem como molhar a terra em pouco tempo. Ficou mais eficiente", elogiou Ivonaldo, acrescentando que as safras acontecem a cada quatro meses. "Colhemos 18 mil quilos por safra", comemorou.