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Alagoas investe R$ 500 mil em projeto agrícola

No sertão alagoano, um projeto agrícola visa transformar a produção local de hortaliças e fortalecer a segurança alimentar da região. A iniciativa é liderada pela engenheira agrônoma Flávia Vieira, da Embrapa, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal). O projeto faz parte do edital de Apoio à Pesquisa Fapeal/Embrapa e conta com um investimento de R$ 500 mil do governo de Alagoas.

Atualmente, Alagoas importa 90% das hortaliças que consome. O projeto de Vieira busca mudar esse cenário, incentivando a produção local e capacitando pequenos agricultores. O foco é a diversificação de culturas, crucial para a geração de renda rápida, especialmente para a agricultura familiar. A pesquisadora ressalta a importância da autonomia agrícola para o estado, que possui condições técnicas favoráveis para o cultivo de hortaliças.

Os estudos começaram com a cultura do tomate em Delmiro Gouveia, onde tecnologias e práticas inovadoras foram implementadas. A parceria entre Fapeal e Embrapa integra toda a cadeia produtiva, incluindo a iniciativa privada, cooperativas e associações de produtores, promovendo um desenvolvimento agrícola sustentável. Três unidades da Embrapa estão envolvidas: Embrapa Hortaliças, Embrapa Alimentos e Territórios e Embrapa Tabuleiros Costeiros, além de várias empresas privadas e associações de produtores.

O projeto visa a implementação inicial e o suporte aos produtores, com a expectativa de que o sistema funcione autonomamente no futuro. O cultivo de hortaliças no Nordeste enfrenta desafios devido ao clima, com a maioria das plantas sendo adaptada a climas temperados. Por isso, o projeto incorpora tecnologias e materiais genéticos melhorados, como híbridos de tomate adaptados ao calor.

A transferência de tecnologia é considerada bem-sucedida quando efetivamente utilizada pelos produtores. Apesar de estar no início da segunda fase, o projeto já mostrou resultados promissores, com alguns produtores alcançando alta produtividade de tomate. A continuidade e a maturação do projeto são essenciais para superar novos desafios e aprimorar as práticas agrícolas.

A pesquisadora afirma que a Alagoas não precisa depender de importações e tem potencial para produzir o seu próprio alimento. Ajustes técnicos e práticos são necessários, mas ela frisa que o estado tem capacidade de produção suficiente para atender suas demandas alimentares, do Litoral ao Sertão, com práticas e tecnologias apropriadas.