Por:

Polícia prende sete pessoas de mesma família em AL

A Operação Oplatek prendeu sete membros de uma mesma família em Alagoas, incluindo uma servidora da Polícia Civil e dois sargentos da Polícia Militar, por suspeita de participação em um esquema criminoso que desviou R$ 7,5 milhões dos cofres públicos do estado. As investigações, conduzidas pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), revelaram que o esquema teve início em 2014 e era liderado por uma agente da Polícia Civil e seu marido, um sargento da PM.

De acordo com o delegado João Marcello, o casal centralizava as operações ilícitas, desviando verbas públicas para contas de familiares, que posteriormente devolviam os valores. "Os parentes recebiam os valores e eles retornavam para a conta do casal. Ela iniciou essa atitude ilícita há cerca de 10 anos e vinha aumentando o fluxo de dinheiro desviado ao longo do tempo", afirmou o delegado.

Os mandados foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital e executados por equipes coordenadas pelos delegados Igor Diego, Sidney Tenório e João Marcello. A servidora da Polícia Civil, que trabalhava no setor financeiro, cadastrou parentes para receber verba de alimentação destinada a policiais civis, incluindo sua avó, mãe, três irmãos, filho e parentes do marido.

Segundo o delegado Igor Diego, a agente confessou ter começado a prática em 2014, utilizando seu acesso exclusivo ao sistema de pagamentos para incluir os nomes dos familiares. "Ela confessou. Assumiu que desde 2014 verificou que existia essa possibilidade de cadastrar os parentes dela", afirmou Diego. Com o tempo, a agente passou a aumentar os valores pagos, alcançando cerca de R$ 40 mil mensais por parente em 2024.

A fraude foi descoberta através do cruzamento de dados entre a Polícia Civil e a Secretaria de Estado da Fazenda (Seplag). O delegado Sidney Tenório explicou que a agente aproveitava seu controle sobre o sistema de pagamentos para inserir os nomes dos parentes sem levantar suspeitas.

Entre os presos estão a policial civil, seu marido, três irmãos, mãe e uma cunhada. Após audiência de custódia, a mãe, a cunhada e uma irmã da agente foram liberadas. Além disso, um dos irmãos da policial também é sargento da PM e a irmã trabalha como estagiária no Ministério Público da comarca de Marechal Deodoro.

Durante a operação, foram cumpridos sete mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em Maceió e Colônia Leopoldina. Os acusados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, peculato, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e inserção de dados falsos.