Por:

Grupo de Trabalho avança na implantação da Ceará Filmes

Desde abril deste ano, dois Grupos de Trabalho (GT) vêm desenvolvendo ações para viabilizar a efetivação da Ceará Filmes, um programa criado pela Lei n.º 17.857/2021. O objetivo é promover políticas públicas que favoreçam o setor audiovisual do Ceará, estimulando a produção local através da arte e cultura digital, e abrangendo criação, formação, exibição, distribuição, preservação, pesquisa e intercâmbio.

Em março, durante uma cerimônia em homenagem ao produtor Luiz Carlos Barreto, o Governo do Ceará anunciou a criação de um GT para debater e planejar estratégias de implantação da Ceará Filmes, cuja forma de gestão ainda está em discussão, podendo ser uma empresa pública ou uma agência de desenvolvimento do audiovisual cearense.

A Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), por meio da Coordenadoria de Cinema e Audiovisual (CCAVI), formou dois GTs em resposta a essa demanda. Desde então, a secretaria, representantes da Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará (Rece) e o setor audiovisual têm realizado reuniões sistemáticas. Um grupo foca na consultoria para a implantação da Ceará Filmes, enquanto o outro desenvolve metodologias para organizar um seminário e elaborar uma pesquisa sobre o impacto socioeconômico do setor audiovisual no estado.

Em junho, o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), como parte do GT de Pesquisa, iniciou o levantamento de informações sobre a área, desenhando a base inicial de uma futura pesquisa sobre o mercado audiovisual do estado. Este levantamento preliminar resultou no estudo "Desempenho do Setor Audiovisual Cearense - 2010 a 2022", que visa compreender a estrutura e evolução das atividades econômicas que compõem o setor.

Primeiros resultados

O estudo do Ipece marca a primeira etapa de uma pesquisa mais abrangente. Este trabalho inicial detecta apenas trabalhadores formais, como aqueles com carteira assinada, mas o setor audiovisual inclui também muitos profissionais autônomos, microempreendedores individuais (MEI), microempresas (ME), e contratos via Recibo de Pagamento Autônomo (RPA).

Segundo o estudo, três atividades econômicas no setor audiovisual cearense apresentaram crescimento significativo em comparação a 2010: "Produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão" (288,3%), "Atividades de exibição cinematográfica" (35,2%) e "Operadoras de televisão por assinatura por cabo" (5,58%). No entanto, o número de vínculos formais no setor audiovisual nacional caiu de 64.200 em 2010 para 37.618 em 2022, uma queda de 41,40%. No Ceará, essa redução foi de 19,85% no mesmo período.

O estudo também revela que a participação do setor audiovisual cearense no total de vínculos formais do estado diminuiu de 0,11% em 2010 para 0,07% em 2022. Já a participação do setor audiovisual nacional no total de vínculos formais do país também caiu de 0,15% em 2010 para 0,07% em 2022. Apesar dessa perda de participação dentro do estado, a contribuição do audiovisual cearense no contexto nacional cresceu de 2,28% em 2010 para 3,12% em 2022.