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Feijão-caupi eleva nutrição e renda no Maranhão

A Universidade Estadual do Maranhão (Uema) conduziu uma pesquisa sobre o impacto das variedades biofortificadas de feijão-caupi na nutrição e renda das comunidades rurais de São Luís e Balsas. O estudo, realizado por Larisse Raquel Carvalho Dias durante seu doutorado em Agroecologia, foi premiado no VII Prêmio Emanoel Gomes de Moura de Teses e Dissertações da Uema.

A pesquisa, intitulada "Manejo de doenças em variedades tradicionais e cultivares biofortificadas de feijão-caupi [Vigna unguiculata (L) Walp]", sob a orientação da professora Antonia Alice Costa Rodrigues, abordou a necessidade de melhorias na segurança alimentar, tanto do ponto de vista nutricional quanto fitossanitário. Larisse destacou que muitos alimentos consumidos não fornecem os nutrientes necessários para a saúde, um problema conhecido como "fome oculta".

O feijão-caupi foi escolhido devido à sua crescente importância na alimentação do Nordeste brasileiro e sua relevância na dieta do Maranhão. A pesquisa buscou controlar de forma sustentável as doenças que afetam a planta, utilizando controle biológico e cultivares biofortificadas. A tecnologia da Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) também foi empregada, permitindo que as plantas se associem com bactérias fixadoras de nitrogênio, melhorando assim sua fisiologia, nutrição e produtividade.

O controle biológico, uma alternativa sustentável com menor impacto ambiental, utilizou bactérias antagonistas a fungos. As cultivares biofortificadas, resultantes do melhoramento genético, apresentaram maior teor de nutrientes, o que melhora a qualidade alimentar, especialmente em regiões onde o feijão-caupi é uma importante fonte de proteína.

No povoado Angelim, em Balsas, um experimento de campo envolveu a comunidade local, com a realização de um dia de campo para apresentar as tecnologias usadas, desde as sementes biofortificadas até a inoculação de bactérias. Durante o evento, foram distribuídos materiais informativos, como folders e cartilhas, e realizadas degustações de receitas preparadas com feijão-caupi biofortificado BRS Aracê.

Para a professora Antonia Alice, o trabalho de Larisse combinou pesquisa, extensão e transferência de tecnologia, proporcionando valiosos conhecimentos e experiências aos alunos e agricultores envolvidos. A pesquisa foi celebrada como uma contribuição para a segurança alimentar e a sustentabilidade agrícola.