Por:

DNA das perdas no universo logístico

Por Eduardo Masulo*

No ecossistema logístico, empresas perdem milhões de reais simplesmente por negligenciar a segurança, quer seja por conta de um modelo de gestão ultrapassado, quer seja por ainda não terem sofrido perdas relevantes. Ou seja, contam basicamente com a sorte.

O fato é que deixar de inserir segurança como área estratégica do negócio é perder em diversas esferas por situações como roubos externos, furtos e ineficiências operacionais, sem contar as necessidades de correções ao investir recursos sem critérios para "apagar incêndios". É comum que haja muito esforço e pouco resultado, além do risco de gerar danos reputacionais irreversíveis.

Quando falamos em DNA das perdas, estamos buscando alcançar as camadas mais profundas, invisíveis aos olhos não treinados. Detectar fatores raízes causadores desses problemas por meio de um olhar criterioso permite analisar informações, processos e fragilidades das operações que expõem as empresas a perdas materiais milionárias, tanto de imagem, como de credibilidade, que são imensuráveis. Mas, por onde começar?

Um problema muito comum encontrado nas empresas é a inexistência de uma estrutura de segurança, ou quando ela existe não é independente, estando inserida em uma estrutura na qual há conflitos de interesses, fator que dificilmente trará êxito às atividades, pois estará fiscalizando e identificando falhas a quem está subordinado.

Por isso, é importante que a área de segurança seja independente e estruturada. Caso contrário, os resultados tendem a sofrer interferências. Um ponto também muito comum é quando a área tem profissionais que não possuem experiência para condução dos processos de segurança. Nestes casos, profissionais sem a formação e os skills necessários, muitas vezes oriundos de outras áreas, são alocados sob o argumento "ele tem feeling". Com este pensamento, a sorte precisará ser a protagonista da operação para evitar a descontinuidade do negócio ou até mesmo a falência da organização.

Uma vez definida a estrutura de segurança, é preciso que esta seja capaz de entender as dores, saber o que controlar, mapear ofensores internos e externos, treinar, orientar, capacitar pessoas, entender o funcionamento total da operação, interna e externamente, de forma a gerar processos eficientes e aderentes às regras de negócio.

*Consultor master da ICTS Security.