Estudantes produzem esponjas de moringa

Projeto utiliza resíduos da vagem para criar material adsorvente

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Estudantes do Centro de Excelência Hamilton Alves Rocha, localizado em São Cristóvão, Sergipe, desenvolveram um projeto inovador sob a orientação da professora Patrícia Andrade. A iniciativa, intitulada "Potencial Aplicação de Esponjas Adsorventes na Indústria Têxtil", visa promover a sustentabilidade através do uso de vagens de sementes de moringa na criação de esponjas adsorventes, além de aproveitar essas vagens para a produção de biodiesel.

A pesquisa revelou que as vagens de moringa, tradicionalmente descartadas, possuem uma estrutura porosa capaz de adsorver mais de 95% do corante azul de metileno, utilizado na indústria têxtil. Ao contrário da absorção, a adsorção mantém o material na superfície, sem ser incorporada pela esponja.

O projeto, que se iniciou em 2019 a partir de outra pesquisa chamada "Meninas na Ciência" em parceria com a Universidade Tiradentes (Unit) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS), tem como objetivo incentivar a participação de estudantes do sexo feminino nas áreas de ciências exatas. Depois, evoluiu para o formato atual, com a participação dos alunos Adryam Daniel, Nelson Victor e Vinícius Pereira, que se dedicam a aprofundar seus conhecimentos em química e sustentabilidade.

A professora Patrícia Andrade destacou que o interesse pela pesquisa surgiu ao notar que as vagens, após o uso das sementes para biodiesel, eram um resíduo potencialmente útil. "Eles analisaram as vagens com um microscópio e viram que são porosas, e também determinaram que a vagem tem uma carga neutra, com pH 6. A solução usada tem pH 7, que é acima de 6, então a vagem consegue adsorver o corante com eficiência", completa a professora.

O projeto foi apresentado na 76ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada entre os dias 7 e 13 de julho em Belém, Pará. Além desse evento, a pesquisa já participou de diversas feiras científicas, alcançando colocações de destaque. Em 2021, ficou em 5º lugar na XI Feira Científica de Sergipe. Em 2022, conquistou o 1º lugar na XII Feira de Ciências de Sergipe e, em 2023, o 2º lugar na XIII edição da mesma feira. Também foram finalistas na Olimpíada de Territórios de Sergipe (OTS) e premiados na Feira de Ciências de Sergipe (Cineart).